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Kravitz: compositor, cantor, produtor e arranjador

Lenny Kravitz é daqueles artistas que conseguem se manter no noticiário não apenas pelas suas conquistas amorosas, que contabilizam várias cinturinhas finas e famosas e pelo menos duas brasileiras, as modelos Isis Arruda e Adriana Lima. Ele também é cantor e compositor de sucesso, dono de uma voz sensual e de uma pontaria para produzir músicas de balanço pop-rock-black, que agradam a todo tipo de público. Kravitz não ousa, não faz desconstruções sonoras, não se insufla contra a indústria fonográfica. É um Tom Hanks do disco. Musicalmente, seus álbuns sempre trazem canções espertas, talhadas para se ouvir em casa, em bares e em festinhas sem muito agito. Só perde em total bom comportamento porque vive dando chiliques com os fotógrafos caçadores de imagens (in)oportunas. Sem se desviar da fórmula, o astro nova-iorquino de 40 anos acaba de lançar Baptism, seu sétimo trabalho, que espalha receitas para emplacar na MTV e acumular mais um – ou vários – Grammy na sua estante.

Multifacetado, Kravitz produziu, arranjou, escreveu, tocou a maioria dos instrumentos e cantou nas 13 faixas do álbum, que, na sua definição, “marca um renascimento musical e espiritual”. O CD abre com Minister of rock’n’roll em clima psicodélico-eletrônico. A atmosfera sessentista continua em I don’t want to be a star e esquenta na sincopada Lady para arrefecer no brega-lamento Calling all angels, canção que lembra o brasileiro Daniel nos seus momentos de romantismo sofrido. Mas, como Kravitz gosta mesmo é de uma guitarra, logo em seguida ele mostra em California por que coloca Jimi Hendrix entre seus ídolos. É o melhor rock do disco. Compactua com Where are we runnin?, primeiro single do novo álbum que ratifica o assento estrelado de Lenny Kravitz no mundo pop.