Alan Rodrigues

Tietê: o executivo pesquisou muito em busca do curso ideal

Em tempos de economia globalizada, de mercados cada vez mais competitivos e exigentes e de constantes inovações tecnológicas, manter-se atualizado e antenado a essas mudanças é uma necessidade vital para quem transita no mundo dos negócios. Nesse cenário, a busca incessante pelo conhecimento é o maior desafio. Seja para turbinar o currículo e garantir a empregabilidade, seja para administrar o próprio negócio, os cursos de especialização – os famosos Masters Business Administration (MBA) – se tornaram imprescindíveis na carreira de qualquer executivo.

O cirurgião paulista Marciano Carlos Rossato de Almeida, por exemplo, resolveu criar sua própria empresa de auditoria e administração, mas não se sentia seguro para isso. Recorreu ao MBA em gestão, do Ibmec Educacional, concluído no final do ano passado. “A formação de médico não me dava competência para gerenciar. Precisava de algo específico. Procurei um curso com enfoque prático, menos catedrático. Isso foi vital porque me ajudou a enxergar os problemas e as soluções. O curso me proporcionou o contato com outras pessoas experientes. Todos vão dando dicas, idéias que podem ser aplicadas na prática. Essas relações são muito importantes”, conta Almeida.

Criar mecanismos que garantam esse processo de atualização é a tarefa das boas escolas de negócios em todo o mundo. No Brasil, a febre do MBA começou no início dos anos 90. De lá para cá, houve grande proliferação desses cursos, que não dependem de autorização do Ministério da Educação para funcionar.
Estima-se que haja no Brasil mais de seis mil cursos de MBA, a maioria sem nenhum controle de qualidade. Para pôr ordem na casa, o Ministério da Educação anunciou no dia 10 que a partir de agora vai fiscalizar a oferta dos cursos de pós-graduação, entre eles os MBAs. A intenção do MEC é criar um cadastro para identificar e regularizar os cursos deficientes.

A iniciativa do MEC vai ganhar um reforço importante. Um grupo de 12 instituições brasileiras, entre elas o Ibmec Educacional, a Fundação Instituto de Administração (FIA) da USP, a Fundação Getúlio Vargas e a Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), criou a Associação Nacional dos MBA (Anamba), que a partir de junho também vai medir a qualidade dos programas de especialização disponíveis no mercado. A associação criará critérios básicos de avaliação, como grade curricular mínima e qualificação dos professores. “Não iremos substituir os órgãos oficiais, mas queremos atuar como uma fonte de informação para os alunos”, afirma Irineu Gianesi, diretor de programa do Ibmec e um dos fundadores da Anamba. As boas escolas ganharão um selo de qualidade.

Max G Pinto

Almeida: o médico se tornou administrador depois de um MBA

Mas, enquanto essas ações não entram vigor, a saída é pesquisar. Foi o que fez o executivo Cássio de Quadro Tietê, 37 anos. “Estudei as possibilidades minuciosamente. Queria uma escola que tivesse um programa com currículo global, tão eficiente quanto os oferecidos lá fora”, conta ele. O trabalho, segundo ele, valeu a pena. Tietê é um dos alunos do OneMBA, da FGV, um dos mais conceituados do mercado. “Esse programa corresponde às minhas expectativas porque permite contato com realidades de vários países”, afirma. A FGV mantém uma parceria com universidades da China, do México, da Holanda e dos Estados Unidos e leva, a cada três meses, seus alunos para conhecer essas instituições. “A experiência e o conhecimento adquiridos nessas visitas são importantes porque nos tornam aptos a trabalhar em qualquer país,” aposta Tietê.

Para facilitar a escolha, especialistas sugerem alguns critérios, como conhecer o histórico da instituição, o corpo docente e o currículo do curso. Essencial também é saber se a escola é credenciada ao Executive MBA Council, órgão internacional que reconhece as melhores escolas de negócios do mundo. “Deve-se observar que tipo de serviço essa instituição tem prestado à sociedade e que diferença ela tem feito”, opina o professor Jacob Jacques Gelman, vice-diretor administrativo da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.