Max G Pinto

Ana Beatriz, de volta da Nova Zelândia: inglês fluente e conhecimentos ampliados sobre cultura de vários países

Estudar um idioma e ainda se tornar um craque nos esportes, um respeitado gourmet, um bom conhecedor de artes ou até um exímio praticante de artes marciais. Pode parecer curioso, mas estas são as possibilidades para quem pensa em aproveitar as férias fazendo um curso de língua fora do País. O chamado turismo idiomático, que une as duas atividades, é a nova aposta das escolas de intercâmbio. Os cursos duram de duas a quatro semanas e atendem tanto estudantes como profissionais que querem aperfeiçoar um idioma e mergulhar na cultura de um país. Itália, Espanha, Canadá, Nova Zelândia, Estados Unidos e até a China são destinos que encabeçam a lista de opções.

Com um interesse particular pelas artes, o publicitário paulista Michael Bevilacqua Sobreira, 27 anos, não teve dúvidas quando decidiu aproveitar as férias em Madri, Espanha, para aperfeiçoar o espanhol. A opção unia o estudo da língua com o curso de história da arte. “Pesou na escolha a minha paixão pela arte. Valeu a pena. Fazia espanhol pela manhã e à tarde estudava história. As aulas teóricas eram bem interessantes, os professores são bem preparados, mas o ponto forte eram as práticas.” Ainda mais tendo como cenário a riqueza arquitetônica de Madri. “Visitávamos diariamente belos museus, galerias de arte e catedrais. Íamos há vários lugares históricos que não estão na rota de pontos turísticos. Madri é uma cidade cosmopolita que chove informação, cultura, arte por todos os cantos”, conta Sobreira. O publicitário ainda destaca outras vantagens. “A experiência de estudar com pessoas de vários países é valiosa. As turmas são pequenas, no máximo cinco pessoas, e isso possibilita uma interação maior do grupo”, afirma. O curso é oferecido pela escola de intercâmbio Experimento, de São Paulo.

Mas escolher um programa combinado requer muito mais que vontade do candidato. É necessário que o interessado tenha conhecimentos da língua e da área que deseja estudar. “Alguém que queira fazer arqueologia ou teatro, por exemplo, já deve um certo domínio do assunto”, explica Betty Woodyatt, diretora executiva da Experimento. Esse modelo de intercâmbio ainda não é o mais procurado. E mesmo com o dólar nas alturas e o euro a preço de ouro, os cursos são uma boa alternativa para quem quer enriquecer o currículo. “Não é um investimento. Hoje, não basta dominar um idioma. Conhecer a cultura de um país é fundamental e pode ser o diferencial na hora de procurar um emprego”, acredita Betty.

Alan Rodrigues

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Sobreira: espanhol atualizado e mergulho cultural em Madri

Unir diversão e conhecimento é a principal proposta dos cursos combinados. Boa parte das escolas de intercâmbio oferece pacotes que podem ser adaptados a qualquer programa de férias. Destino preferido dos turistas, a Itália coloca à disposição um cardápio de atividades que atende a todos os gostos. Os apaixonados por futebol, por exemplo, podem aproveitar a oportunidade para aprender um drible diferente ou conhecer táticas do jogo enquanto coloca o idioma em dia. As aulas acontecem no Centro esportivo Longarina, escola de futebol do jogador Francesco Totti, craque da seleção italiana. Se o interesse for pela gastronomia, nada melhor que se deliciar com a culinária. Mas quem quiser ficar em dia com as novidades do mundo fashion deve procurar o curso de moda na cidade de Milão. O programa inclui 20 horas de aulas do idioma e dez do curso escolhido. “Essas atividades extra-classe são importantes porque estimulam a conversação, com assuntos que não estão ligados à aula”, acredita Claudia Martins, gerente de marketing do Student Travel Bureau.

Essa vivência foi bem aproveitada pela estudante paulista Ana Beatriz Barbosa, 17 anos, durante um curso de inglês que fez na Nova Zelândia. Ela conciliou o estudo do inglês com as aulas de cultura, que aconteciam duas vezes por semana. “Aprendi sobre os costumes e hábitos da cultura francesa, alemã e oriental. Já tinha domínio do idioma, mas essa atividade me deu fluência e ganhei um aprendizado fundamental para a minha formação”, conta Ana Beatriz. O curso é oferecido pela educação fundamental, que traz em seu leque de opções o curso de mandarim, na China. O programa inclui aulas de artes marciais na modalidade de preferência do candidato, tem duração de duas semanas e custa US$ 820. Alguém se habilita.


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