Jorge Alexandre Firmino /  Daniel Martins /  Vincent Rosenblantt

Os trabalhos fogem
do estereótipo de sangue e violência: gosto pela arte

Para quem está acostumado a ver as favelas do Rio de Janeiro apenas emoldurando cenas de violência, a exposição Olhares do morro – um manifesto visual é uma grande surpresa. Os barracos, as ruelas, as crianças de olhos arregalados são os mesmos, mas não há sangue ou embate entre policiais e traficantes. Apenas pessoas trabalhando, crianças se divertindo, situações corriqueiras de uma comunidade pobre. Os cliques são de 20 jovens entre 15 e 29 anos, todos moradores de morros cariocas. Algumas das máquinas fotográficas foram emprestadas por Vincent Rosenblat, fotógrafo e idealizador do projeto. A exposição, no Espaço Furnas Cultural, em Botafogo, zona sul do Rio, fica aberta até 27 de junho. Em outubro, será exibida na sede da Unesco, em Paris.

Um dos mais jovens participantes, Samuel Ribeiro, 15 anos, do Morro Santa Marta, também em Botafogo, é autor da foto Um garoto na janela, que estampa o cartaz. Encantado com o mundo que vê através da lente, Samuel faz planos para o futuro. “Quero seguir carreira e fotografar bailes, festas, casamentos”, diz, em sua inocência adolescente. Atualmente, ele acha que a exposição pode ajudar a mudar a imagem da favela: “As pessoas vão ver que tem coisa boa também.”


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