José Leomar

Multiuso: depois de 20 anos de estudo, o pó de coco vira realidade

Excelente hidratante e diurético natural, a  água-de-coco virou pó. A tecnologia foi criada por três cientistas da Universidade Estadual do Ceará e está em fase de certificação. O pó de coco serve para fabricar bebidas de reposição energética, mas seu forte é o uso como conservante de órgãos para transplante, como a córnea, ou como diluente no processo de inseminação artificial de animais. O pó de coco mantém as características físico-químicas da fruta, dizem os cientistas. Para o consumidor, foram criados sucos de frutas tropicais, que no futuro seriam misturados ao pó e vendidos em sachês. Isso ainda demora porque os cientistas buscam parceiros para financiar a empreitada.

Os estudos começaram em 1984, quando o doutor em reprodução animal
José Ferreira Nunes registrou a patente da tecnologia. Depois, ele se associou ao médico João Monteiro Gondim e à veterinária Cristiane Salgueiro, com o objetivo de usar o pó para conservar sêmen de animais. Misturado à água destilada, o pó também prolonga a durabilidade das vacinas para aves, o que reduz o custo nas granjas. Para viabilizar a produção, o trio montou a ACP Biotecnologia, vinculada ao Parque de Desenvolvimento Tecnológico de Fortaleza. Com apenas uma máquina, a empresa tem capacidade para produzir 500 gramas ao dia, o que é insuficiente para colocar o produto no mercado. Muito menos para atender ao sonho de exportar água-de-coco para o mundo.