As milícias do Rio passaram a cobrar taxas para transações imobiliárias de moradores e a fazer agiotagem para manter o poder econômico nas comunidades. A denúncia é do estudo A Evolução da Milícia no Rio de Janeiro, da Universidade do Estado do Rio (Uerj). De acordo com a pesquisa, as organizações se enfraqueceram e passaram a atuar de forma mais discreta para evitar investigações, mas continuam a intimidar moradores, fiscalizar condutas e a impor violência e medo às comunidades.

Os milicianos cobrariam taxas entre 5% e 10% de toda transação imobiliária e, em alguns casos, tomariam posse dos imóveis em retaliação ao comportamento dos moradores. "Milícia faz agiotagem, empresta dinheiro e cobra juros. E tudo eles ameaçam de morte", disse um morador de Ramos.

Para os responsáveis pelo estudo, a tática é decorrente de uma desestruturação dos serviços explorados pelos criminosos, como vans e fornecimento de gás, que foram legalizados pelo poder público em algumas comunidades.