60233830.jpg

 

A inflação considerada nas metas oficiais do governo brasileira acelerou em setembro, com alta de 0,57% ante 0,41% em agosto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (5). Trata-se da maior variação para o mês desde 2003 (0,78%). De acordo com o instituto, o grupo que mais pesou no mês foi o de alimentos, que teve como maiores vilões as carnes, arroz, pão francês e frango.
 
Depois de liderar a alta de preços no ano, o tomate teve queda de 12,88%. No entanto, não foi suficiente para conter a aceleração do grupo alimentos e bebidas, que teve impacto de 0,30 ponto percentual no índice – cerca de 53% do IPCA de setembro.
 
"O principal foi o item carnes, cujos preços subiram 2,27%, gerando impacto de 0,06 ponto percentual no IPCA, individualmente, o maior. Foram registrados aumentos substanciais em produtos básicos na alimentação das famílias, a exemplo do arroz, cujos preços subiram 8,21%, em média, chegando a 12,63% na região metropolitana de Belém. Há destaque para o pão francês, 3,17% mais caro, e para o frango, que subiu 4,66%", afirma o IBGE em nota.
 
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 3,77% no ano e de 5,28% em 12 meses. A meta perseguida pelo governo neste ano é de 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O avanço de setembro é o maior desde abril passado, quando subiu 0,64%.
 
O IBGE informou ainda que o grupo habitação também influenciou a alta do IPCA no mês passado, cujos preços avançaram 0,71%, acima do 0,22% visto em agosto. O grupo despesas pessoais, também na variação mensal, apresentou alta de 0,73% em setembro, enquanto que o de vestuários, de 0,89%. Em agosto, os preços dessas atividades haviam subido 0,42% e 0,19%, respectivamente. Segundo o IBGE, o único grupo que mostrou queda nos preços em setembro foi o de transportes, de 0,08%, frente a agosto.
 
Meta
 
A inflação cada vez mais longe do centro da meta do governo, de 4,5% pelo IPCA, colabora para a perspectiva de que o Banco Central irá manter a Selic na atual mínima histórica de 7,5% na reunião da próxima semana, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente. Entretanto, dados da produção industrial abaixo do esperado nesta semana chegaram a elevar as apostas no mercado futuro de juros em mais um corte de 0,25 ponto percentual, algo que vem se acentuando nos últimos dias.
 
Pesquisa da Reuters apontou que a maioria dos especialistas consultados acredita na manutenção da taxa básica de juros em 7,5%, com o objetivo de evitar uma inflação ainda maior em 2013. Após promover o nono corte seguido na Selic em agosto, o Copom deixou claro que, se houver espaço para um novo corte, ele será feito com "máxima parcimônia". Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o Banco Central estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 5,2% neste ano pelo cenário de referência.