São poderosa como agressiva ao meio ambiente, a indústria petrolífera fará uma mea-culpa no 17º Congresso Mundial de Petróleo. Quando os pesos pesados do ouro negro começarem a desembarcar no Rio de Janeiro, a partir de domingo 1º, a cidade, que se transforma na capital mundial do petróleo, estará se debruçando sobre um tema caro à indústria: compatibilizar a busca do lucro com uma atuação ambiental e socialmente correta. A responsabilidade social corporativa será o tema central do encontro, que reunirá do presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Rilwanu Lukman, ao príncipe saudita Faissal Al-Saud, passando pelos líderes mundiais do setor e autoridades de vários países. O megaencontro vai até a quinta-feira 5.

Não é o bom-mocismo que empurra a indústria para discutir o social. Pressionada pela consciência mundial de que todos têm responsabilidade sobre a saúde do planeta, os poderosos do petróleo convidaram até o Greenpeace para debater. Além dele, 35 outras organizações não-governamentais (ONGs) estarão presentes oficialmente ao encontro.

Serão apresentados cerca de 300 trabalhos técnicos para uma platéia de 40 mil pessoas, contando com 3.200 conferencistas de 90 países, 20 ministros de Estado e 26 líderes empresariais. Paralelamente ao Congresso, ocorrerá a feira Oil & Gas, com 850 expositores vindos de 32 países. “Não poderíamos ter uma vitrine melhor para nossa indústria”, comemora o presidente da Petrobras, Francisco Gros, principal cicerone dos estrangeiros.

O Congresso também será palco de uma série de eventos comemorativos. A Anima Eventos está promovendo uma megafesta para os magnatas do petróleo. Com uma verba de R$ 1 milhão, a empresa promove na terça-feira 3, na Marina da Glória, a Noite Brasileira, quando cerca de quatro mil convidados vão conhecer manifestações relevantes do País, de boleador gaúcho a capoeirista baiano.

Para conquistar o direito de sediar o mais importante evento mundial do petróleo, o Rio competiu com Irã, Indonésia, França, Turquia e Egito. Desbancou cinco adversários na primeira rodada de negociações. No segundo round, quando restou Brasil e Turquia, o País levou a melhor, com o voto de minerva da delegação angolana.