Turma de Serra quer vingança

Antes de decidir pela CPI do Judiciário, Antônio Carlos Magalhães consultou uma pesquisa encomendada pelo PFL ao bruxo do Palácio do Planalto, Antônio Lavareda. Segundo a empresa de Lavareda, a MCI Consultoria, a população estava altamente insatisfeita com o Judiciário. Bater na instituição, então, só traria dividendos eleitorais. Mas outro levantamentozinho também está por trás dessa briga toda. A cúpula governista fez as contas e concluiu que o próximo presidente da República, eleito em 2002, terá condições de nomear pelo menos cinco dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal. Terá praticamente o controle do STF. Aí acendeu a luz vermelha: se a oposição vencer as eleições, dá para imaginar esse poder todo nas mãos de um esquerdista? Vale lembrar que, em seus dois mandatos, FHC só conseguiu nomear um ministro, Nelson Jobim. Ou seja, ACM está batendo agora como quem se prepara para uma briga maior depois.

 

Falência da privatização

A companhia de Energia Elétrica do Maranhão (Cemar), privatizada há dois anos, está sob intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) faz dez dias. Os donos estrangeiros acumularam R$ 850 milhões em dívidas, sob o nariz do governo federal. É mais do que pagaram pela empresa (R$ 522 milhões). Resultado: desde a intervenção, para tentar sanear a empresa, o preço da luz no Estado já aumentou 13,5%. Além disso, a Cemar vai levar R$ 70 milhões dos cofres públicos.

Boa idéia

O presidente Fernando Henrique Cardoso já reservou 51 cargos de confiança, os chamados DAS, e hospedagem em Brasília para alojar os representantes do governo de transição, independentemente do vencedor. FHC já disse também que a nomeação da nova Agência de Aviação Civil irá aguardar o novo presidente. É a primeira vez que isto acontece no Brasil.

Acabou o Cade

O Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade) está fechado desde a sexta-feira 23, sem data para retorno. Não se reunirá até concluir o projeto de criação da nova Agência Nacional de Concorrência. A idéia foi ressuscitada depois que o Cade foi classificado como o mais ineficiente entre 26 órgãos de todo o mundo encarregados de zelar contra golpes empresariais.

Coelho na cartola

O ex-advogado geral e ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, puxou da cartola uma idéia para tranquilizar o presidente Fernando Henrique Cardoso em relação aos dissabores futuros. Mendes está articulando a substituição do atual procurador-geral, Geraldo Brindeiro, agora em novembro. Explica-se. O mandato de Brindeiro acaba em junho do ano que vem. Se for eleito um novo procurador aliado agora, com mandato de dois anos, serão dois anos de tranquilidade para FHC. Gilmar está trabalhando o nome do subprocurador Haroldo Ferraz da Nóbrega.

O novo Quércia

Pelo menos dois deputados baianos do PMDB, Benito Gama e Jonival Lucas, estão por aqui com o líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima. Procuraram o presidente da agremiação, Michel Temer, acusando Geddel de monopolizar o tempo de televisão no Estado. Chamaram-no de “Quércia da Bahia”.

Rápidas

Sarney colocou um adesivo em seu carro: “Quero Lula presidente.” E retomou o rascunho daquele discurso desancando José Serra e FHC. Fará agora com apoio do PT.

Clóvis Carvalho e José Roberto Mendonça de Barros foram para o Conselho de Administração da Varig. Sinal de que o governo vai mesmo salvar a empresa aérea.

Entre quatro paredes, Ciro Gomes disse para FHC, Pedro Malan e Armínio Fraga: se for preciso, aumentará a meta de superávit fiscal no seu governo. Ou seja, mais arrocho.