Aos 64 anos, Etta James ainda é capaz de colocar fogo na casa. Prova cabal é seu mais recente álbum Burnin’ down the house, gravado ao vivo, em dezembro de 2001, num concerto na The House of Blues, Hollywood. Acompanhada pela The Roots Band, da qual participam seus filhos Sametto (baixo) e Donto (bateria), a cantora natural de Los Angeles dá um show de vitalidade. A começar pela dobradinha I just want to make love to you e Born to be wild – esta que se pensava pertencer à eternidade na interpretação de John Kay, vocalista do Steppenwolf –, dois petardos do blues rock que Mrs. James trepida na mesma proporção de seu corpo volumoso. Ao longo do disco, Etta passeia com segurança, elegância e força pelo funk tradicional (All the way down), por clássicos que extrapolam qualquer rótulo (At last), por símbolos do pop (You can leave your hat on) e, claro, pela sua matriz, o blues, representado, entre outras, por Rock me baby. Uma daquelas canções de B.B. King que justificam seu apelido de Rei.