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Os bancários de todo o País entram em greve nesta terça-feira por tempo indeterminado. Desde a primeira semana do mês, quando a Federação Nacional de Bancos (Fenaban) apresentou proposta de reajuste salarial muito distinta da reivindicação dos bancários, os trabalhadores ameaçam cruzar os braços. Ao todo, a categoria reúne cerca de 500 mil funcionários no País. Os banqueiros apresentaram proposta de reajuste linear para salários, pisos e benefícios de 6%. A proposta passa longe da reivindicação dos trabalhadores que pedem 10,25%, sendo 5% de aumento real. "As expectativas que eles (bancários) demonstram estão fora da realidade que a economia está vivendo. Este ano a economia está muito indefinida. Precisamos de certa cautela para fazer acordos", justificou o diretor de Relações de Trabalho da Fenaban, Magnus Ribas Apostólico.

Em 2011, os bancários conseguiram reajuste de 9%, com 1,5% de aumento real. "Neste ano, o que eles ofereceram dá só 0,58% de aumento real", disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro. Apostólico contesta a avaliação dos bancários de que a Fenaban não está disposta a negociar: "Nós dissemos a eles: avaliem a proposta, vejam se existe alguma coisa que precisa ser feita de forma diferenciada, que nós levaremos aos bancos". De acordo com ele, a Fenaban está disposta a fechar acordo com os bancários, mas tem limitações. "Temos uma convenção coletiva bastante cara com muitos benefícios. É possível evoluir, mas não é possível fazer grandes saltos", afirmou.

"Greve é ruim para banco, bancário, população. Nós estamos saindo de uma série de greves do serviço público e gostaríamos de evitar isso (a paralisação)", disse Apostólico. Além do reajuste salarial, os trabalhadores pedem mudanças na participação nos lucros e resultados (PLR) e em outras questões econômicas. A proposta da Fenaban foi de PLR de 90% do salário acrescido de valor fixo de R$ 1.484,00, podendo chegar a 2,2 salários de cada empregado. A reivindicação dos bancários à Fenaban é de PLR de três salários mais R$ 4.961,25 de parcela fixa.
 
Saiba o que pode ser feito sem as agências
 
Sem acordo entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), os bancários entraram em greve nesta terça-feira por tempo indeterminado. De acordo com o Procon-SP, mesmo com a paralisação dos serviços, os clientes ainda são obrigados a pagar faturas, boletos bancários ou qualquer outra cobrança, mas a empresa credora deve oferecer outras formas e locais para que seja efetuado o pagamento.
 
A entidade de defesa dos consumidores ainda recomenda entrar em contato com a empresa para pedir opções de forma de pagamento (internet, casas lotéricas ou código de barras para pagamento em caixa eletrônico). Esse pedido deve ser documentado, para que o consumidor tenha como provar que tentou efetuar o pagamento.
 
A entidade ainda alerta para que não sejam adquiridos, sem conhecer, pacote de serviços oferecidos por bancos, com a intenção de facilitar a quitação de débitos durante a greve. Segundo o diretor executivo do Procon-SP, Paulo Arthur Góes, a greve é um risco previsto nas atividades de um banco, portanto, ele também é responsável pelos prejuízos causados ao consumidor com a paralisação. A Febraban ressaltou que os clientes podem realizar operações bancárias sem ir ao caixa do banco. De acordo com a federação, a população tem à disposição caixas eletrônicos, internet banking, mobile banking, operações por telefones e correspondentes (casas lotéricas, Correios, supermercados, entre outros estabelecimentos autorizados a realizar as transações).
 
Caixas eletrônicos
O cliente pode efetuar pagamentos (desde que não estejam vencidos), saques, consulta de saldo, depósitos, transferências, contratações, recebimento de benefícios, talões de cheque, bloqueio de desbloqueio de cartões, investimentos e recarga de celular.
 
Internet
Pelo internet banking, é possível fazer consultas de saldo, extrato, lançamentos futuros, informe de rendimentos, investimento, poupança e aplicações e transações agendadas. Além disso, podem ser feitos agendamento de pagamento de contas (água, luz, telefone e gás); bloqueto de cobrança; pagamento de impostos, licenciamento de veículos e recarga de celular.
 
Telefone e Celular
Por telefone é possível efetuar o pagamento de boleto a vencer, mesmo sendo de outra instituição, pagamento de conta de consumo (água, luz, telefone, gás) e pagamento de imposto e taxas. Além disso, é possível consultar saldo, fatura do cartão de crédito, entre outros.
Por celular, geralmente, é possível consultar saldos, verificar extratos, comprar e vender ações, e recarregar o celular.
 
Correpondentes
Em supermercados, Correios, casas lotéricas e outros estabelecimentos autorizados, é possível pagar contas, sacar dinheiro e benefícios, depositar, consultar saldos e extratos de contas correntes e poupanças, fazer Declaração Anual de Isento (Imposto de Renda), entregar propostas de cartão de crédito, conta corrente, cheque especial e empréstimo por consignação para aposentados, pensionistas do INSS, empregados de empresas conveniadas e recarga de celular pré-pago.
 
O consumidor que tiver dúvidas ou quiser reclamar, pode procurar o Procon de sua cidade ou um dos canais de atendimento da fundação.