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Dominguinhos, Sivuca e Oswaldinho: festa trepidante

Acompanhados de um regional composto pelos violões de João Lyra e Tony Sete Cordas, pela percussão de Durval e Mingo Araújo e pelo cavaquinho de Alceu Maia, a santíssima trindade brasileira da sanfona – entenda-se Dominguinhos, Sivuca e Oswaldinho – faz do álbum Cada um belisca um pouco um item fundamental para qualquer discoteca. Em seu segundo encontro no disco, pois já haviam se reunido em 1994, os três sanfoneiros se divertem revezando-se nos solos de forró, como sugere o título tirado da composição de Oswaldinho e Paulo Nascimento. A expressão é uma brincadeira entre músicos.

Na junção dos foles notam-se três vivências musicais diferentes, mas as mesmas raízes acabam produzindo uma festa colorida e trepidante. Entre outras composições, o paraibano Sivuca, 73 anos – que já participou da banda de Miriam Makeba, a célebre intérprete de Pata pata –, oferece a definitiva Feira de Mangaio, parceria com Glorinha Gadelha, e Adeus Maria Fulô, com Humberto Teixeira. O pernambucano Dominguinhos, 63 anos, que tocou em dancings e boates e na década de 1970 foi incensado como o sanfoneiro pop de Gal Costa, desfila os sucessos Eu só quero um xodó (com Anastácia) e Isso aqui tá bom demais (com Nando Cordel). Mas para o ouvinte que quiser saber qual dos músicos está tocando no canal direito ou esquerdo do aparelho de som, não há nenhuma indicação no encarte sobre o posicionamento deles na mixagem estereofônica, hábito muito comum em discos que trazem virtuosos pilotando os mesmos instrumentos. Por este descuido, só consegue identificar o artista quem for muito familiarizado com ele. Mesmo assim, não deixa de ser um prazer ouvir um CD cheio de sucessos de Luiz Gonzaga interpretados por quem é do ramo e saiu da mesma raiz.