Arregaçando as mangas, literalmente, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) finalmente embarcou na campanha estadual. Na semana passada, ele fez faxina numa escola em São Paulo, um gesto que pode significar o tiro de largada para a corrida eleitoral. Enquanto isso, o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) está a plenos pulmões viajando pelo interior paulista para tentar diminuir sua rejeição. Na pesquisa realizada pelo instituto Toledo & Associados com 1.358 pessoas, entre os dias 1º e 8 de maio – com margem de erro de 2,6 pontos porcentuais –, Maluf aparece em primeiro lugar, com 35%. Atrás vem Alckmin (21,2%), seguido de José Genoíno (PT), Francisco Rossi (PL) e Orestes Quércia (PMDB), empatados em terceiro lugar. Luiza Erundina (PSB), que já anunciou sua desistência de concorrer ao cargo, tem 5,1%. Fernando Fantauzzi (PST), desconhecido por 95% do eleitorado, permanece na lanterna (0,3%).
O governador tucano anda dizendo que não está preocupado com os altos índices de Maluf e, em certo aspecto, tem razão. O vaivém dos números promete ser intenso em São Paulo este ano: 72,2% ainda não escolheram seu candidato. E, apesar de liderar a pesquisa, o ex-prefeito precisa lutar contra a imagem de desonesto que insiste em persegui-lo: 27% não gostam dele “por causa dos escândalos nos quais está envolvido”. Por estas e outras, o voto anti-Maluf ainda é capaz de decidir a eleição. Para o sociólogo Francisco José de Toledo, diretor da Toledo & Associados, na hipótese de um segundo turno entre o governador e o ex-prefeito, o tucano leva vantagem. “Maluf não sobe mais. Está no limite que sua rejeição permite”, diz. No caso de Genoíno, a rejeição de 5,9% não é uma questão de imagem. Segundo a pesquisa, 36% não escolhem o petista porque não o conhecem, problema que começou a ser resolvido na última semana, quando foi ao ar a primeira propaganda gratuita do PT dedicada ao candidato. Na divisão por regiões, a maior média de Genoíno está em Santos (16,1%), terra natal do governador Mário Covas, onde Alckmin ganha de Maluf: 38,7% a 22,6%.

Caixinha de surpresas – Os eleitores do governador e do ex-prefeito têm perfis distintos. A rejeição a Maluf entre os que votam em Alckmin chega a 40,0%. Mas, na classe C, o pepebista sai na frente: 38,3% contra 20,7%. O único ponto que os dois têm em comum é a simpatia da classe A, na qual empatam com 26,1%. O mesmo estrato parece já ter escolhido seu candidato ao Senado: Aloízio Mercadante (PT). O petista, que aparece com 19,9% na pesquisa, tem 43,5% de intenção entre os mais abonados. Romeu Tuma (PFL), líder com 36,1%, é o preferido das classes C e D. Orestes Quércia, único que ainda não definiu sua candidatura, tem melhor desempenho na disputa para o Senado que para o governo: sai em segundo lugar, com 23%. Em quarto, o deputado José Aníbal (PSDB), com 5,1%, tem boa aceitação entre os jovens de 16 a 19 anos (8,5%). O tucano segue o caminho contrário de Tuma, preferido dos idosos, com 37,5% entre os que têm 70 anos ou mais. Estes, sim, dificilmente mudam o voto na última hora, coisa que sempre pode acontecer quando se trata do eleitorado brasileiro.


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