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CLÁSSICA Adriana Barra com galocha comprada em Londres por cerca de R$ 80

 

Não é preciso esperar a primeira gota de chuva para sair com elas às ruas. Definitivamente as galochas não estão mais restritas a sua utilidade primordial: evitar pés molhados em dias de tempestade. Aquelas botinhas de borracha, que fizeram parte da infância de muita gente, viraram hit. As grifes sofisticadas têm apostado nesse filão, que não pára de ganhar adeptos. A inglesa Burberry imprimiu seu característico xadrez, a marca italiana Pucci estampou seus desenhos e o estilista Marc Jacobs também deu seu toque nas botas de chuva. Além de ser um acessório irreverente, outro atrativo é o preço. As galochas grifadas custam entre US$ 50 e US$ 200, uma pechincha se comparadas aos preços dos sapatos das mesmas grifes que chegam a valer dez vezes mais.

A top Kate Moss seria a responsável pela glamourização desse tipo de bota. Durante o festival anual de Glastonbury, na Inglaterra, que mistura lama e rock’n’roll, a top é sempre flagrada com irreverentes Wellington boots, como são chamadas pelos ingleses. As tais botas tornaram-se populares no século XIX nos pés de Arthur Wellesley, o primeiro duque de Wellington. No Brasil, há adeptas cheias de atitude, como a estilista Adriana Barra. Antes mesmo de a tendência internacional aportar por aqui, ela calçava Sete Léguas, marca tradicional de botas em PVC para uniformes de trabalhadores. “Achavam que eu era maluca, me chamavam de jardineira ou açougueira”, diverte-se Adriana, dona de sete pares. “Não espero chover para usar. Ao contrário, gosto de combiná-las com vestido curto.”

Com a febre, começaram a surgir adaptações. Em vez da borracha, botas de couro ganharam acabamento em verniz que dá o mesmo aspecto brilhante. A designer de sapatos Francesca Giobbi lançou uma linha com cores vibrantes e sola de couro. O preço é bem mais alto: R$ 1.280. A empresária de moda Helena Linhares é do time que opta por um modelo mais sofisticado. Ela se encantou por um par vermelho da Courrèges, que trouxe de Paris. “É de vinil e tem design dos anos 60, um clássico”, diz. Com tantas opções, só os chatos de galocha para ficar de fora dessa.