Estudantes de todo País estão trocando o videogame por um passatempo bem mais produtivo: a leitura. Pelo menos nos próximos dois meses cerca de 60 mil adolescentes estarão com os olhos e mentes voltados só para os livros. A mudança de comportamento está sendo motivada pelo concurso
Viajando nas páginas do Ziraldo, promovido pela editora Melhoramentos e pelo escritor com objetivo de incentivar a leitura e estimular a criatividade de adolescentes do ensino fundamental de instituições públicas e privadas. Para participar do concurso as escolas devem se inscrever, até que podem ser adquiridos na própria editora, com descontos. Os trabalhos, individuais, serão criados a partir da leitura dos contos.

Eles irão recontar as histórias do Ziraldo por meio de uma redação, poesia, teatro ou quadrinhos. Fica por conta da criatividade de cada
um, diz Breno Lerner, diretor da Melhoramentos e responsável pelo projeto. Para o concurso foram adotados quatro títulos do escritor. O ABC do B, para alunos da primeira e segunda séries; A letra N e o Nascimento da Noite, para os da terceira e Quarta; Outro como eu só daqui a mil anos, para a quinta e Sexta; e Vito Grandam, para a
sétima e oitava. Os finalistas receberão R$ 5 mil. O prêmio também
é extensivo aos professores.

A idéia agradou e já começa a mobilizar escolas do País inteiro. Em São Paulo, o colégio Educando com Amor as Gerações (EAG), na zona sul, foi um dos primeiros a apostar no projeto. Lá, a empolgação dos seus 800 alunos é tamanha que a maioria já sabe na ponta da língua as histórias. A estudante da sétima série, Bianca Haru Tominaga, de 12 anos, adora ler e acredita que o concurso vai motivar os colegas que não são muito amigo das letras. Tenho o hábito de ler e até montei uma minibiblioteca em casa. Quando a professora nos falou desse concurso achei ótimo porque sou fã do Ziraldo, conta a menina, também admiradora da escritora Cecília Meireles. Entre os professores o entusiasmo também contagia. “Esse trabalho é importante porque aguça o senso crítico dos alunos. Temos o hábito de adotar livros para os trabalhos em classe. O concurso serve como reforço. Queremos formar cidadãos-leitores, conta a professora de língua portuguesa Maria Lionete Cristino. O resultado de propostas como essa pode ir muito além da decoreba dos contos. O envolvimento do aluno no processo de criação pode revelar futuros escritores, acredita Berner. Recontar uma história pode ser um começo.