Nesses tempos de crime organizado, em que bandido compra até míssil, talvez seja inimaginável pensar que já houve uma época em que os reis da marginalidade se impunham na base da ginga e da navalha. E que para se reinar no crime tinha de se ter sobretudo moral entre as prostitutas. É desse tempo, passado entre as décadas de 50 e 70 no centro da cidade de São Paulo, que trata o livro Boca do lixo, lançado pela Labortexto Editorial. É a autobiografia de Hiroito de Moraes Joanides, que reinou no bas-fond. Explorava a prostituição e matava com a fluidez com que discutia Baudelaire, Steimbeck e Heidegger (sobre ele pesou até a acusaç