Tasso é a rede de proteção para FHC
num eventual governo
Ciro

Com a nova legislação eleitoral/partidária, nenhum político do Brasil teria coragem de abandonar oficialmente uma candidatura presidencial de seu partido como o ex-governador do Ceará, o tucano Tasso Jereissati, fez em relação a José Serra. Simplesmente porque bastaria ao PSDB expulsá-lo da legenda e Tasso perderia sua elegibilidade. Estaria fora da política. Mas por que o PSDB não fez isso? Bem, tudo começou naquele encontro há um mês com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio da Alvorada. Lá, Tasso avisou a FHC que mandaria a tal carta abandonando Serra. Daí Fernando Henrique ter dito que não sofreu uma facada pelas costas. “Se punhalada houve, foi pela frente. Ele sempre fala o que faz”, disse o presidente. E é FHC o principal interessado em que não haja retaliações contra o governador. Por quê? Porque Tasso é a sua ponte com o candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes. A garantia de que, se Ciro for eleito presidente, também haverá uma rede de proteção em relação ao antecessor. Nada de CPIs contra FHC, por exemplo. Ainda mais se Tasso for eleito e conseguir, como deseja, ser empossado na presidência do Senado.Tasso é a rede de proteção para FHC num eventual governo Ciro

 

Freire se diz em paz

O presidente do PPS, Roberto Freire, até agora não apareceu no programa eleitoral de Ciro Gomes por um único motivo: ele e o marqueteiro Einhart Jacome se odeiam. Mas Freire, que é candidato a deputado federal por Pernambuco, jura que não está chateado. E que anda em lua-de-mel com Ciro. “Sou o único candidato do Brasil que tem Patrícia Pillar no programa de tevê estadual. Ela pede votos para mim e isso basta para calar a fofoca.”

Enviado especial

Para não chamar a atenção, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), designou o senador Geraldo Althof (PFL-SC) como seu emissário aos governadores pefelistas que apóiam Serra. Althof vai primeiro e tenta convencê-los a declarar apoio a Ciro Gomes. Só depois Bornhausen aparece. Na semana passada, Althof visitou o governador do Piauí, Hugo Napoleão, que lhe disse não ser o momento para mudar de candidato. Ficaram de voltar a conversar nesta semana.

Equipe trocada

O ex-presidente Fernando Collor, candidato ao governo de Alagoas, mandou demitir boa parte da equipe que trabalhava com ele. O mau humor vem das pesquisas segundo as quais Ronaldo Lessa (PSB) estaria encostando nelle na capital. Também em Arapiraca, segundo colégio eleitoral do Estado, cuja prefeita, do PSDB, apóia Collor.

Intervenção permanente

Diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger corrige nota publicada nesta coluna, na semana passada, que apontou uma intervenção branca no jornalismo da afiliada da Globo no Maranhão, que pertence à família Sarney. “Não procede a informação. Basta recordar a cobertura que eles vêm fazendo para constatar que a atuação da equipe de lá tem sido irrepreensível.”

Rápidas

Bancos privados e BNDES já fecharam o esquema de reestruturação da Inepar. Só falta acertar com os fundos de pensão para anunciar o plano ainda esta semana.

No Ibope, os diretores decidiram impor lei do silêncio ao chefão Carlos Augusto Montenegro. Atribuem a ele os vazamentos que têm causado problemas ao instituto.

Nizan Guanaes estava a todo vapor também fazendo a campanha dos tucanos cearenses Tasso Jereissati e Lúcio Alcântara. Com a briga Serra/Tasso, Nizan largou o Ceará.

Tem todo o jeito do líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), o vídeo com a entrevista de Ciro Gomes xingando um eleitor em programa de rádio da Bahia.