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Sigrid e Contreras: dilema de alcova na sala de aula

Não fosse pela exótica procedência, Sexo com amor (Sexo con amor, Chile, 2003), em cartaz em São Paulo, passaria como uma comédia de costumes qualquer. Mas a curiosidade sobre o filme de Boris Quercia aumenta quando se sabe que ele alcançou a maior bilheteria da história do Chile, ficando abaixo apenas de Titanic, de James Cameron. Essa não é, obviamente, a razão do lançamento da fita no Brasil, que chega embalada pelo boom do cinema latino-americano, batizado na França de nueva onda.

Com seu enredo apimentado, beirando às vezes a vulgaridade, Sexo com amor trata da vida de alguns casais de Santiago, todos eles às voltas com dilemas de alcova. O açougueiro Emilio (Boris Quercia) vive às turras com a mulher frígida, Macarena (María Izquierdo), até ser seduzido pela sobrinha liberada, recém-chegada da França. Mulherengo incorrigível, o executivo Álvaro (Alvaro Rudolphy), bem casado com a arquiteta Elena (Cecilia Amenábar), monta uma agenda para administrar melhor seu irrefreável don-juanismo.

As trajetórias dos casais se cruzam na sala de aula de Luisa (Sigrid Alegría), professora que decide discutir educação sexual com os pais dos alunos, por sua vez amante do escritor Jorge (Patricio Contreras), pai de um dos garotos. Narrado em tom televisivo, é um filme sem grandes ambições. Exatamente o contrário dos melhores títulos da autêntica nueva onda, como os argentinos Mundo grúa e El bonaerense, de Pablo Trapero, e La ciénaga, de Lucrecia Martel, que, espera-se, sejam logo lançados no País