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"O laudo de DNA é perfeito, e sempre trabalhei com
a hipótese de que Elize não fez tudo sozinha"

José Carlos Cosenzo, promotor de Justiça

A abertura de novo inquérito para investigar o esquartejamento do empresário Marcos Matsunaga, ex-diretor-executivo da Yoki, será solicitada pelo promotor de Justiça José Carlos Cosenzo. Ele tomou essa decisão na segunda-feira 3, após ISTOÉ revelar com exclusividade, em sua última edição, que “pelo menos um homem” ajudou Elize Araújo Matsunaga a cortar o corpo do marido que ela assassinara com um tiro na cabeça poucas horas antes, no apartamento do casal. A conclusão faz parte de um laudo de DNA elaborado pelo laboratório de biologia e bioquímica da Polícia Técnico-Científica de São Paulo. Na semana passada, logo depois de revelado o conteúdo desse laudo, a defesa de Elize procurou desqualificar o trabalho da perícia alegando que o sangue encontrado no quarto onde o cadáver do empresário foi dilacerado seria antigo. A tese não se sustenta. O exame de DNA, feito pela polícia científica, é claro ao provar que o sangue obtido no local é contemporâneo ao momento do esquartejamento. “O laudo de DNA é perfeito”, diz o promotor Cosenzo.

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REVELAÇÃO
Na edição da semana passada, com base em exames de DNA feitos pela Polícia Científica
e aos quais ISTOÉ teve acesso com exclusividade, ficou demonstrada a participação
de outra pessoa, além de Elize, no esquartejamento do corpo de Marcos Matsunaga

Antes do início do novo inquérito, que não paralisará o processo já em andamento sobre o assassinato, Cosenzo pedirá alguns esclarecimentos aos peritos que trabalharam no caso. Ele quer saber, por exemplo, se no laboratório de DNA existe ainda disponibilidade de sangue colhido no apartamento dos Matsunaga para a realização de possíveis provas comparativas – ou seja, comparar o DNA encontrado nas amostras de sangue coletadas no apartamento com o sangue de eventuais suspeitos. “Temos no laboratório sangue armazenado e está à disposição da Justiça”, disse à ISTOÉ na terça-feira 4 a diretora do laboratório de DNA e responsável por sua implantação, professora-doutora Eloisa Auler Bittencourt. Também serão requisitadas ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, todas as fitas do sistema de segurança do edifício – não apenas as imagens do dia do crime, mas as gravações dos dias que o antecederam e dos dias posteriores. Isso porque o DHPP garante que ninguém suspeito entrou no apartamento ou saiu dele. Ocorre, porém, que determinadas áreas de acesso no edifício, como garagem e escadarias, não eram monitoradas por câmeras à época do crime. “Sempre trabalhei com a hipótese de que Elize não fez tudo sozinha”, diz o promotor.