Encontro com ciro é decisivo

A série de audiências com os presidenciáveis, nesta segunda-feira 19, foi armada apenas para que o presidente Fernando Henrique Cardoso tenha uma conversa a sós com o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes. FHC quer ouvir de Ciro aquilo que ele não está dizendo ao País. O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, já advertiu Fernando Henrique de que Ciro tem dito coisas, em particular, que não repete em público. Armou-se, então, o desfile de quatro conversas que valem uma só. É óbvio que o presidente não precisava do encontro, por exemplo, com o candidato do PSDB, José Serra, para saber o que ele pensa a respeito do acordo com o FMI. Quanto a Lula, idem. Os canais entre o Palácio do Planalto e o PT já estão abertos há tempos. E Lula tem cumprido à risca o combinado. Garotinho, por sua vez, não conta. Está mal colocado nas pesquisas e vai jogar mesmo para a platéia. Ciro é a grande incógnita do momento, tanto para o mercado quanto para a banca internacional e o FMI. É a partir dessa conversa que FHC definirá a estratégia de governo para seus últimos dias no cargo.

 

Bolinha fora

“Bolinha” é o apelido carinhoso com que Rosinha Matheus, candidata a governadora do Rio pelo PSB, chama seu marido, o candidato à Presidência Anthony Garotinho. Dia desses, Garotinho virou-se para a esposa e propôs: “Se eu perder a eleição para presidente e você ganhar no Rio, quero ser seu secretário de Segurança.” A candidata respondeu: “Olha aqui, Bolinha, eu vou ganhar. Mas você não entra no secretariado, porque vai querer mandar no governo.”

O candidato e as araras

O deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE) convidou o candidato tucano à Presidência, José Serra, para descansar em sua fazenda no interior do Estado. Convite aceito, Guerra deixou Serra à vontade e viajou para Recife. Às 3h30 da madrugada, recebeu um telefonema:
– Alô, Sérgio, é o Serra.
– Tudo bem?
– Nada. Suas araras não param de gritar.
– Seu sono é mais importante. Abre a gaiola e solta as araras.
– Pois é, já fiz isso. Elas não saem da gaiola…
No dia seguinte, Guerra encontrou Serra no Recife. O candidato passara a noite insone. As olheiras estavam terríveis.

Os colloridos

Marqueteiro de Ciro Gomes, Einhart Jacome corrige nota publicada nesta coluna, segundo a qual o marqueteiro da campanha de Fernando Collor de Mello em Alagoas, Lucas Pacheco, é seu sócio na MCI: “A MCI é do Antônio Lavareda, que faz pesquisas para a campanha do José Serra. Aliás, é na equipe de Serra que estão os colloridos. Fiz um levantamento. Eles têm pelo menos 16 nomes que trabalharam com Collor.”

Rápidas

Há pesquisas identificando uma forte queda na preferência do eleitorado pelo candidato Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, nas chamadas cidades de porte médio: pânico nas hostes ciristas.

A Rede Globo decidiu por uma intervenção branca na sua emissora afiliada do Maranhão, ligada à família Sarney. Quer imparcialidade na cobertura jornalística local das eleições.

Everardo Maciel está apavorado com os nomes do PT para sucedê-lo no comando da Receita Federal, caso Lula ganhe a eleição. Ele odeia Ozires Lopes Filho e Antoninho Marmo Trevisan.

O ex-ministro dos Transportes Eliseu Padilha quer montar uma nova bancada no Congresso. Cerca de 40 deputados que estarão prontos para proteger Fernando Henrique no futuro.

O presidente do PT, José Dirceu, fechou com a cúpula nacional do PMDB. Se a candidatura de José Serra não decolar nas pesquisas, o partido adere a Luiz Inácio Lula da Silva.