16/08/2002 - 10:00
Encontro com ciro é decisivo
A série de audiências com os presidenciáveis, nesta segunda-feira 19, foi armada apenas para que o presidente Fernando Henrique Cardoso tenha uma conversa a sós com o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes. FHC quer ouvir de Ciro aquilo que ele não está dizendo ao País. O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, já advertiu Fernando Henrique de que Ciro tem dito coisas, em particular, que não repete em público. Armou-se, então, o desfile de quatro conversas que valem uma só. É óbvio que o presidente não precisava do encontro, por exemplo, com o candidato do PSDB, José Serra, para saber o que ele pensa a respeito do acordo com o FMI. Quanto a Lula, idem. Os canais entre o Palácio do Planalto e o PT já estão abertos há tempos. E Lula tem cumprido à risca o combinado. Garotinho, por sua vez, não conta. Está mal colocado nas pesquisas e vai jogar mesmo para a platéia. Ciro é a grande incógnita do momento, tanto para o mercado quanto para a banca internacional e o FMI. É a partir dessa conversa que FHC definirá a estratégia de governo para seus últimos dias no cargo.
Bolinha fora
“Bolinha” é o apelido carinhoso com que Rosinha Matheus, candidata a governadora do Rio pelo PSB, chama seu marido, o candidato à Presidência Anthony Garotinho. Dia desses, Garotinho virou-se para a esposa e propôs: “Se eu perder a eleição para presidente e você ganhar no Rio, quero ser seu secretário de Segurança.” A candidata respondeu: “Olha aqui, Bolinha, eu vou ganhar. Mas você não entra no secretariado, porque vai querer mandar no governo.”
O candidato e as araras
O deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE) convidou o candidato tucano à Presidência, José Serra, para descansar em sua fazenda no interior do Estado. Convite aceito, Guerra deixou Serra à vontade e viajou para Recife. Às 3h30 da madrugada, recebeu um telefonema:
– Alô, Sérgio, é o Serra.
– Tudo bem?
– Nada. Suas araras não param de gritar.
– Seu sono é mais importante. Abre a gaiola e solta as araras.
– Pois é, já fiz isso. Elas não saem da gaiola…
No dia seguinte, Guerra encontrou Serra no Recife. O candidato passara a noite insone. As olheiras estavam terríveis.
Os colloridos
Marqueteiro de Ciro Gomes, Einhart Jacome corrige nota publicada nesta coluna, segundo a qual o marqueteiro da campanha de Fernando Collor de Mello em Alagoas, Lucas Pacheco, é seu sócio na MCI: “A MCI é do Antônio Lavareda, que faz pesquisas para a campanha do José Serra. Aliás, é na equipe de Serra que estão os colloridos. Fiz um levantamento. Eles têm pelo menos 16 nomes que trabalharam com Collor.”
Rápidas
• Há pesquisas identificando uma forte queda na preferência do eleitorado pelo candidato Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, nas chamadas cidades de porte médio: pânico nas hostes ciristas.
• A Rede Globo decidiu por uma intervenção branca na sua emissora afiliada do Maranhão, ligada à família Sarney. Quer imparcialidade na cobertura jornalística local das eleições.
• Everardo Maciel está apavorado com os nomes do PT para sucedê-lo no comando da Receita Federal, caso Lula ganhe a eleição. Ele odeia Ozires Lopes Filho e Antoninho Marmo Trevisan.
• O ex-ministro dos Transportes Eliseu Padilha quer montar uma nova bancada no Congresso. Cerca de 40 deputados que estarão prontos para proteger Fernando Henrique no futuro.
• O presidente do PT, José Dirceu, fechou com a cúpula nacional do PMDB. Se a candidatura de José Serra não decolar nas pesquisas, o partido adere a Luiz Inácio Lula da Silva.