A corrida presidencial tem início formal nesta semana com a definição de todos os candidatos que vão estar efetivamente no páreo. Lula, o último deles, com a convenção que confirma seu nome neste sábado, passa a subir nos palanques – hábito que já pratica há meses –, agora na condição de pretendente à reeleição. Dadas as regras, dados os postulantes, resta ao público saber dos planos de governo e até mesmo das táticas de campanha. Todos os envolvidos apostam muito no tempo de televisão para a propaganda gratuita e por isso, numa primeira articulação, estão procurando fechar acordos de último momento que estiquem seu horário eleitoral. Dinheiro, verbas de campanha, tesoureiros são assuntos proibidos. Os responsáveis pelos projetos das campanhas serão, segundo assessores mais próximos, gente de estrita confiança. Ninguém quer arriscar novas denúncias de desvios de recursos, caixa 2 e distorções do gênero. Não há dúvida, o Brasil se prepara de maneira inevitável para uma eleição diferente. Afinal, ela ocorre em meio à maior divisão já vista no Congresso, onde cada político parece representar por si só um partido. Não há maioria parlamentar, não existem consensos partidários. Os eleitores, nesse início de corrida – enquanto as pesquisas sinalizam preferências baseadas exclusivamente no grau de lembrança sobre esse ou aquele concorrente –, fazem escolhas de acordo com a personalidade e o carisma pessoal dos candidatos. E nesse campo, Lula, na pele de presidente e mais exposto devido ao cargo, tem levado a melhor. Dá para saber desde já se ele vai manter essa dianteira até o final? O próprio presidente sabe – e usa comumente a linguagem futebolística para suas análises – que o jogo só termina quando o juiz apita. Acabam todos de entrar em campo, o placar pode mudar de uma hora para a outra.