01.jpg
VIAGEM
Rebel foi convidado para fazer mestrado no Canadá

Representantes de 66 universidades americanas estão no Brasil para uma missão impensável há alguns anos: convencer alunos brasileiros a estudarem em suas instituições. A corrida atrás de talentos – também são disputados por canadenses, ingleses e franceses – é embalada pelo crescimento econômico do País, e ganhou impulso com o programa do governo federal Ciências sem Fronteiras, que pretende financiar cerca de 100 mil bolsas até 2015. “Atualmente, há cerca de nove mil brasileiros estudando nos Estados Unidos. Esse número é muito baixo se comparado com os sul-coreanos, por exemplo, que são 70 mil. O potencial de crescimento é enorme”, afirma Luiz Loureiro, diretor-executivo do Fulbright, programa educacional do Departamento de Estado americano.

Além do momento econômico positivo do País, pesa a boa performance acadêmica dos brasileiros no Exterior. Num levantamento recente de um grupo, só 1% dos alunos havia tido mau desempenho. A empolgação com o Brasil é tanta que a embaixada americana resolveu até fornecer o material para quem fizer o exame de inglês, com a indicação da universidade. A língua ainda é a maior barreira.

Em abril, foram os canadenses que desembarcaram aqui. Trinta reitores vieram firmar convênios, algo inédito. O Canadá está mesmo de portas abertas. Só para o Ciência sem Fronteiras, que não engloba as carreiras humanas, o país disponibilizou 12 mil vagas. “Nosso interesse não é na imigração. O objetivo é que os estudantes voltem e ajudem a intensificar as relações econômicas e científicas entre os dois países”, explica a porta-voz da embaixada, Ambra Dickie.

Esse tipo de intercâmbio rende frutos. Prestes a iniciar um mestrado no Canadá, o estudante de ciências sociais Francisco Rebel, 28 anos, terá sua segunda experiência no país. Da primeira vez, há um ano, complementou sua graduação na Universidade de Ottawa, para onde irá retornar. “Estou voltando porque houve uma proposta do meu orientador em Ottawa. É uma qualificação que possibilita fazer o doutorado em qualquer país”, diz Rebel, que nas duas situações foi convidado a ocupar vaga. Outros países também estão de olho nos estudantes brasileiros. Representantes do Japão visitaram universidades federais, a França enviará comitivas ainda este ano e a Universidade de Oxford, na Inglaterra, reservou 13 vagas só para brasileiros. É hora de aprimorar os idiomas.

02.jpg