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EFÊMERO
Um fugaz rastro de lítio é a evidência que restou do finado planeta

Os maias erraram feio. Caso a descoberta de um grupo de astrônomos publicada nesta semana se aplicar à Terra, o mundo vai acabar sim, mas só daqui a 5 bilhões de anos. E o apocalipse será bem quente. A partir de observações feitas com o telescópio Hobby Eberly, instalado no Texas, cientistas americanos, poloneses e espanhóis encontraram evidências do primeiro planeta que teria sido “devorado” por sua estrela.

Batizada de BD 48 740, a faminta estrela tem um raio 11 vezes maior que o do nosso Sol e faz parte da categoria de astros chamada de gigantes vermelhas. Quando se aproximam do fim, essas estrelas vão crescendo e absorvendo tudo o que estiver por perto. Foi o que aconteceu com o planeta “engolido”, que não partiu sem deixar sua marca. Os astrônomos notaram um incomum acúmulo de lítio na superfície da BD 48 740. É um material raro, criado principalmente durante o Big Bang (há 14 bilhões de anos) e que é rapidamente destruído em estrelas antigas. E foi isso o que os astrônomos diagnosticaram: o breve momento em que o finado planeta deixou um rastro de lítio atrás de si.

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Algo semelhante irá acontecer no nosso sistema solar? “Sim, quando Mercúrio e Vênus forem devorados pelo Sol, irão alterar a composição da estrela e produzir um efêmero excesso de lítio”, disse à ISTOÉ Alexander Wolszczan, da Pennsylvania State University, nos EUA, coautor do estudo. Segundo ele, esse é um caminho inevitável e sem volta no nosso caso. O Sol deve se tornar uma gigante vermelha em cerca de cinco bilhões de anos. Mas o nosso prazo de validade é bem menor. “Nossa estrela vai se tornar quente demais para a vida como a conhecemos em um bilhão de anos”, diz o pesquisador. Esse é o tempo que temos para descobrir uma nova casa e desenvolver formas de chegar até ela.

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