Artistas do porte de Cazuza, Renato Russo e Raul Seixas sazonalmente incitam lançamentos de livros, reedições de discos e maquiagens em fitas demos, nem sempre com resultados favoráveis. Agora, com o álbum Renato Russo presente, a gravadora EMI se lançou em uma dessas empreitadas, mas com uma diferença fundamental: a pesquisa é do respeitado Marcelo Fróes, responsável, entre outros, pelo lançamento da obra completa de Gilberto Gil. A partir de uma busca no acervo particular de Renato Russo, Fróes encontrou algumas preciosidades solo do cantor e duetos não muito conhecidos do grande público. O de maior impacto, sem dúvida, é com Erasmo Carlos na música A carta, antigo sucesso da jovem guarda, que os dois gravaram originalmente para o álbum Homem de rua. É uma interpretação apaixonada, assim como seu canto em Gente humilde, de Garoto e Vinicius de Moraes, antes incluída num dos projetos do produtor Almir Chediak e no qual Russo se acompanha do violão de Hélio Delmiro. Inéditas de verdade são quatro, entre as dez faixas que se completam com trechos de entrevistas contundentes dadas pelo vocalista. São canções fortes, como Mais uma vez, parceria com Flávio Venturini, ou Hoje, com Leila Pinheiro. Ambas estavam esquecidas, mas a primeira foi uma surpresa descoberta na fita da gravação original do 14 Bis. Num dos canais encontraram a voz de Renato Russo entoando a canção. Com nova instrumentação, o cantor reviveu em toda sua singularidade.


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