A revista Nature, uma das mais conceituadas do mundo científico, revolucionou na semana passada a antropologia – e tudo que se sabia, até hoje, sobre a jornada evolutiva do homem. A pesquisadora Meave Lekey, do Instituto da Bacia Turkana de Nairóbi, no Quênia, selou a tese de que nós, os Homo sapiens, não somos a evolução de uma única espécie, mas, sim, de três espécies diversas. Mais: ela afirma que todas conviveram na África há cerca de 1,9 milhão de anos. A conclusão se baseia numa descoberta de 2007 que somente agora, após ser exaustivamente analisada, foi trazida a público: a localização de fragmentos de crânio e de duas mandíbulas que reproduzem as características de outro crânio encontrado na década de 1970 (foto), que foi apontado como exemplar da espécie Homo rudolfensis, distinta da Homo erectus e da Homo habilis, das quais descendemos. Se confirmado, esse estudo liquidará a tese de que nossa evolução aconteceu em linha reta, sem ramificações.