The eternal now, de Mario Cravo Neto (Galeria André Millan, São Paulo) – São crianças em perfis ou closes quase olímpicos; jovens rostos plácidos; idosos exibindo uma outra beleza traçada pelo tempo. Há também plantas e objetos destacados em sua frugalidade, tudo num preto-e-branco propositadamente sem contraste. No fundo da galeria, uma única foto em cores na qual uma pessoa despersonaliza-se ao ter o rosto encoberto por um emaranhado de galhos verdes carregados sofregamente. É o universo do fotógrafo baiano Mario Cravo Neto, 55 anos, em destaque nesta pequena mostra de 17 fotos, montada para marcar o lançamento do livro The eternal now (Áries Editora, 238 págs., R$ 200), que traz 137 imagens em preto-e-branco produzidas entre as décadas de 1970 e de 2000. O livro, com texto do crítico americano Edward Leffingwell, é o mais completo sobre a obra do artista que encontrou na cultura afro-baiana todas as bases para um trabalho cheio de mistério, misticismo e beleza. (Apoenan Rodrigues) Vale a pena