Associação Brasileira de Anunciantes (Aba), em uma atitude inédita e em conjunto com as entidades do setor de comunicação, está à frente de uma campanha para tentar reativar o mercado publicitário brasileiro. A ação, criada voluntariamente pela Lew Lara com o apoio, também voluntário, da Movie Art, da Casablanca e da Fuji Film, tem custo projetado de R$ 10 milhões. Os anúncios – no total de sete, sendo três para veículos impressos e quatro filmes para tevê – começam a ser veiculados neste final de semana nos principais jornais, revistas e emissoras de tevê do País.

Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, as empresas anunciantes vêm reduzindo seus investimentos em publicidade. Antes das tragédias em Nova York e Washington, o mercado publicitário brasileiro crescia a uma taxa de 12% ao ano. Depois dos episódios terroristas, o faturamento do setor nunca mais foi o mesmo. Em 2001, fechou com pífios 2% de crescimento e, em 2002, um pouco melhor, 3,4%. As consequências desse marasmo na venda de anúncios foram o fechamento de agências, especialmente pequenas e médias, e de vários veículos (jornais e revistas) de comunicação e a demissão de milhares de trabalhadores (entre publicitários e jornalistas). No ano passado, o faturamento do setor chegou a R$ 13 bilhões, muito baixo para o tamanho do mercado brasileiro, segundo profissionais do setor. “Nossa intenção é fazer o mercado voltar
à normalidade, mostrando unidade e fortalecendo marcas e empresas”, afirma Luiz Carlos Dutra, presidente da Aba. “E motivar, nesse momento de melhoria dos indicadores econômicos, os anunciantes a voltar à
mídia”, acrescenta Sérgio Amado, presidente da Associação Brasileira
das Agências de Propaganda (Abap) que, junto com a Abert
(Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Aner (Associação Nacional Editoras de Revistas), ANJ (Associação Nacional
de Jornais) e ABTA (Associação Brasileira de Telecomunicações
por Assinatura, apóia a campanha.

Para Luiz Lara, da agência Lew Lara, responsável pela produção dos anúncios, o mercado precisa parar de viver de expectativas negativas e partir para a prática com ações específicas que façam com que as empresas acreditem que só o investimento em publicidade é capaz de criar marcas fortes e reconhecidas pelos consumidores. “Temos que parar de reclamar e de achar que o mercado está ruim”, diz Lara. A campanha terá duração de dois meses e já conta com a adesão voluntária de um grande número de veículos de comunicação.