Há anos a comunidade científica discute se existe relação entre telefones celulares e tumores no cérebro sem conseguir chegar a nenhum consenso. O mais recente estudo, publicado na Revista Internacional de Oncologia, põe mais lenha na fogueira. Cientistas suecos analisaram 1.600 vítimas de tumor. E detectaram um aumento de 30% no risco de ocorrência de câncer cerebral entre usuários que passaram mais de uma hora por dia ao celular.

A pesquisa apontou que tais lesões ocorrem com mais frequência do lado da cabeça no qual a pessoa segura o aparelho. Antes de questionar se o estudo é ou não definitivo, os especialistas aconselham prudência. “É preciso cautela no uso do celular”, diz José Maurício Godoy, membro das academias brasileira e americana de neurologia. Vários cientistas fazem coro com Godoy. “Ainda há necessidade de mais pesquisas para se definir o risco real desses aparelhos”, afirma Dalton Soares Arantes, professor da Universidade de Campinas.

Os celulares não estariam relacionados só com a incidência de câncer. Pesquisa da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, revelou que a radiação eletromagnética acima do limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde pode comprometer a fertilidade humana. O estudo foi feito com ratos de laboratório e apontou que a fertilidade dos animais submetidos à radiação eletromagnética caiu 23%.

Um outro mal à saúde relacionado com o uso do celular é a
catarata. São cada vez maiores as suspeitas de que a radiação eletromagnética pode desencadear essa doença. “A radiação
emitida pelos celulares, quando fora do limite, afeta o cristalino
ocular”, afirma o professor Leonel Sant’Anna, presidente da
Associação Brasileira de Compatibilidade Eletromagnética.

Um levantamento das regiões que mais sofrem com o excesso de radiação das antenas e torres de telefonia apontou o local mais crítico do País: a avenida Paulista, em São Paulo. Pelo sim, pelo não, o Brasil já produz um sistema contra a radiação, o Ionix, criado pela empresa Ionvita. O dispositivo promete reduzir as radiações lançadas por telefones celulares, aparelhos sem fio, computadores e fornos de microondas. Já diz o ditado que mais vale prevenir.