A pesquisa ISTOÉ/Toledo & Associados que publicamos nesta edição contribuiu para a instabilidade do mercado financeiro na semana que passou. E esta, obviamente, não foi a intenção do sociólogo Francisco José de Toledo, diretor-geral da competente e conceituada Toledo & Associados. E nem foi a de ISTOÉ. Na realidade, o País vive, atualmente, tempos de tensão pré-eleitoral, e esta TPE é movida a fatos concretos (alguns) e delírios e boatos (muitos).

É inegável a dificuldade do governo em fazer decolar seu candidato às eleições de outubro próximo. Também é evidente que o antigo caixa de campanha de José Serra, o empresário Ricardo Sérgio de Oliveira, é alvo de persistentes acusações de corrupção, assim como aconteceu com Jorge Murad, o marido da candidata do PFL, abatida em plena decolagem. Esses são fatos que ajudam a fertilizar a imaginação, a criatividade e a consequente instabilidade do mercado. Pesquisas são, também, excelente combustível para a paranóia. Na quinta-feira 9, a Bolsa caiu 4,08%, o dólar chegou a R$ 2,45 e o risco Brasil foi a 956 pontos, 20% superior a março. De acordo com a Agência Estado, o mercado era pressionado, entre outros motivos, pela expectativa da divulgação da pesquisa ISTOÉ/Toledo & Associados, em que se temia nova queda do candidato do governo. Boatos davam conta de que Serra estaria em quarto lugar, atrás de Garotinho. No dia seguinte, o mercado amanheceu ainda nervoso e só se acalmou à tarde. A explicação vem de novo da Agência Estado, em notícia das 16h03: “O mercado passou a operar esta tarde numa expectativa mais otimista. Segundo os boatos que circulam, Serra guardaria ainda uma distância segura em relação ao terceiro lugar.”

Estes são os delírios e os boatos. Fatos concretos estão publicados.


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