Factóide tucano
Os tucanos passaram a última semana tentando apagar o incêndio na candidatura de José Serra. Entre as várias histórias criadas, uma delas era a de que o presidente Fernando Henrique chamaria o governador do Ceará, Tasso Jereissati, para coordenar a campanha do candidato do PSDB à Presidência da República. Com uma só tacada, FHC estaria apaziguando Serra e Tasso e apontando para um novo entendimento na área governista. Pois bem, na quarta-feira 8, Tasso foi jantar com o presidente no Palácio Alvorada. Falaram de praticamente tudo. Mas convite que é bom, nada. Nem FHC chamou, nem Tasso aceitaria. Era tudo factóide! O governador do Ceará e Serra continuam exatamente onde sempre estiveram: não se imolarão publicamente, mas também não se amarão. No programa eleitoral do PSDB no Ceará, Serra tratou de ocupar todo o espaço possível, creditando ao governo federal as grandes obras no Estado e chamando o governador de “Jereissati”, forma como ele não gosta de ser tratado. Tasso deu o troco: colocou por quatro vezes a imagem de Ciro Gomes no tempo que lhe cabia. Mas tudo com muita educação…

De volta ao Rio
A descoberta de que o vice de Garotinho foi funcionário do antigo Serviço Nacional de Informações foi um golpe maior do que parece na candidatura presidencial do ex-governador do Rio. Ele não só perdeu o vice, como poderá perder sua própria vaga. Miguel Arraes, antes entusiasta de Garotinho, juntou-se aos socialistas históricos do partido: agora o candidato tem até o mês que vem para crescer nas pesquisas. Se cair um pouco, um pouquinho só, perde a legenda.

Autofagia pré-eleitoral
Os petistas conseguiram uma liminar obrigando a realização de eleições para a diretoria da Previ até o final do mês. Vai ter que ser suspensa a intervenção imposta pelos governistas. Iniciou-se agora um processo de autofagia entre diretores e Conselho Administrativo, com guerra às claras dentro do fundo de pensão do Banco do Brasil.

Vozes da cocheira
Só agora os frequentadores dos bastidores do Jockey Club de São Paulo entenderam o bate-boca de alguns meses atrás. Durante o churrasco em uma cocheira, quando Benjamin Steinbruch apareceu, levantou-se o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio. Disse que não ficaria no mesmo lugar que o dono da Vale, a quem classificou de caloteiro compulsivo. “Ele me deve e não paga”, teria dito Ricardo Sérgio.

O sono como protesto
Durante o debate dos presidenciáveis na Confederação Nacional da Indústria, o deputado por Brasília Paulo Octávio dormiu a sono solto. Como bom pefelista, exatamente na hora em que o tucano José
Serra discursava.

Rápidas

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que andou se oferecendo para vice de Serra, desistiu do Palácio do Jaburu e esta semana reassume como ministro da Integração Nacional.

No debate da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Lula exibiu uma reluzente caneta Montblanc preta, símbolo do governo Collor e um capricho que custa em torno de R$ 500.

O PFL ainda acredita na substituição de Serra, e por isso o presidente do partido pediu ao deputado Marcondes Gadelha (PFL-PB) que adie a conversa com o empresário Silvio Santos.

O governo prepara um pacote para adoçar a boca dos deputados do PFL e isolar a cúpula do partido. A liberação das emendas orçamentárias de deputados do ano de 2001.