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O presidente da Telecom Itália, empresa controladora da operadora de telefonia TIM, Franco Bernabè, disse nesta quinta-feira (26) que o crescimento do mercado e o sucesso das ofertas da operadora no Brasil podem ter gerado atrasos na infraestrutura para acompanhar esse crescimento. “Mas nosso compromisso é total em garantir melhoria e crescimento da qualidade para os nossos usuários”, garantiu.
 
Desde a última segunda-feira (23), a TIM está proibida de vender novas linhas de celulares e internet em 18 estados e no Distrito Federal. A operadora foi a que teve o maior número de proibições impostas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Bernabè acredita que a liberação das vendas será em um “brevíssimo tempo”, possivelmente na próxima semana. Para ele, a demora na liberação das vendas poderá prejudicar a competição no setor.
 
Os dirigentes da TIM minimizaram os prejuízos da empresa com a medida da Anatel. Segundo eles, as duas maiores preocupações são com os impactos no mercado e na opinião pública. “O impacto é muito sério em temos midiáticos, mas se a situação se normalizar em 15 dias, como estimado pelo governo, isso vai permitir uma retomada rápida sem impactos materiais”, disse Bernabè.
 
O presidente admitiu atrasos na implantação dos investimentos, mas disse que a intenção da empresa é que isso possa ser melhorado, seja por meio de uma melhor gestão ou com iniciativas de facilitação do governo. Segundo o dirigente, os investimentos da empresa no país somaram R$ 8,5 bilhões entre o ano passado e 2012. “Esta é uma crise de crescimento, e a conclusão da crise será um reforço da TIM. Sairemos desta situação mais fortalecidos que antes”, disse o presidente.
 
O presidente da TIM no Brasil, Andrea Mangoni, garantiu que o planejamento de rede da empresa está relacionado à demanda, mas admitiu que o crescimento da demanda e do tráfego podem ter gerado atrasos no crescimento da infraestrutura. Segundo ele, os indicadores da empresa não verificaram problemas tão graves em 19 estados para sustentar medida de paralisação das vendas. “Mas isso é passado, agora temos que trabalhar para fechar com a agência [Anatel] para que a crise se torne uma oportunidade.”
 
O vice-presidente de assuntos regulatórios da TIM, Mario Girasole, disse que neste momento a empresa não pensa em entrar com outra ação na Justiça para reverter a decisão da Anatel. O pedido de liminar apresentado pela operadora foi negado no início desta semana pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
 
Vivo
 
A falta de titulação de terrenos e a irregularidade na ocupação do solo em muitas cidades brasileiras agravam o problema de instalação das antenas para a transmissão dos sinais dos telefones celulares. Sem dono formal, há dificuldade para as companhias telefônicas negociarem o uso de áreas e eventualmente pedir desapropriação, segundo o presidente das operadoras Telefônica/Vivo, Antonio Carlos Valente.
 
"É necessário que haja algum tipo de propriedade", assinala Valente, também presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil).
 
Ele esteve reunido nesta quinta-feira na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para discutir a elaboração do Plano Nacional de Ação de Melhoria da Prestação do Serviço Móvel Pessoal (SMP) da operadora.
 
Conforme a Constituição, a ocupação do solo e a ordenação urbana é competência dos municípios. Todas as operadoras de celular ouvidas pela Anatel (Claro, Oi, TIM e Vivo) reclamam que o licenciamento municipal para instalação das antenas é lento e está baseado em leis ultrapassadas. Segundo Valente, as operadoras esperam que o governo e o Congresso Nacional criem uma lei federal sobre a instalação de antenas com "elementos básicos" que sirvam como referência para atualização das legislações municipais.
 
O presidente disse que as exigências legais dos municípios limitam o próprio compartilhamento de antenas, medida indicada pelo Ministério das Comunicações como forma de ampliar mais rapidamente o número de transmissores.
 
O compartilhamento de antenas (assim como dos cabos de fibra ótica e outros equipamentos de transmissão) é um dos aspectos que poderão ser contemplados no plano de melhoria da qualidade dos serviços que a Vivo e as demais operadoras deverão apresentar na segunda quinzena de agosto à Anatel.
 
Antonio Carlos Valente reuniu-se com o superintendente de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos. De acordo com o dirigente da agência reguladora, a empresa deverá voltar à Anatel para apresentar um plano detalhado por estado. Os dados e projeções de investimento expostos pela companhia dizem respeito aos totais nacionais e não detalhavam ações para cada unidade da federação.
 
Conforme anunciado no ano passado à presidente Dilma Rousseff, a Telefônica/Vivo pretende investir R$ 24,3 bilhões entre 2011 e 2014. Valente não detalhou o cronograma de investimento e nem quanto deverá gastar com a rede externa, atendimento, sistemas de informação e formulação de planos de expansão, pontos considerados críticos para a melhoria da qualidade dos serviços.
 
Segundo Bruno Ramos, todas as operadoras foram informadas "detalhadamente" pela Anatel sobre "o que precisam em cada plano". O superintendente promete que a Anatel publicará na internet planilhas com indicadores de metas de qualidade para que os usuários possam acompanhar a implementação dos planos de melhoria das operadoras.