Os títulos de capitalização se popularizaram na década de 1990, com a Tele-Sena e o trágico Papa-Tudo, que quebrou e deixou 11 mil investidores na mão. Nos últimos anos, as vendas desses títulos continuaram crescendo. No ano passado, alcançaram R$ 6,9 bilhões. As reservas financeiras das empresas de capitalização praticamente dobraram desde 2000, chegando a R$ 10,5 bilhões em dezembro passado. Esses títulos combinam aplicação financeira com sorteios de dinheiro. O aplicador faz pagamentos mensais durante cinco anos e, se tiver sorte, pode ganhar prêmios de até R$ 2 milhões. Ao final, resgata o dinheiro corrigido pela TR, que em 2005 foi de apenas 2,83%. Esses títulos, portanto rendem menos do que a poupança, que paga TR + 0,5% ao mês (9,2% no ano passado). “O rendimento é muito fraco. Quem quiser sorteio, que aposte na Mega Sena”, diz Reinaldo Domingos, do site financeiro24horas.com. Para Rita Batista, da Fenaseg, entidade que reúne as seguradoras, os títulos ensinam a poupar. “Você guarda um pouco por mês e, no final, juntou um capital e teve a chance de ser sorteado.”