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DIVERSÃO Com novos recursos, os celulares substituem outros eletrônicos sem perder a qualidade

 

O celular já não é mais o mesmo – ele hoje não é o de ontem e amanhã não será o dos dias atuais. "Agora o celular é melhor, cada vez melhor, e no futuro será insuperável", diz Ed Zander, presidente mundial da Motorola. A frase do comandante de uma das maiores empresas de telefonia móvel reflete um vitorioso cenário tecnológico. Os laboratórios especializados nunca trabalharam tanto e, também como nunca, a indústria investe pesado para dar aos minúsculos aparelhos uma diversidade de funções. Foi assim, por exemplo, que o celular deixou de operar apenas como um equipamento de comunicação através da voz e passou a ser literalmente a chave de tudo – inclusive a de nossa casa, pois há aparelhos através dos quais se acionam senhas que destravam portas, ligam luzes e até acionam a banheira. A mais nova conquista nesse setor da tecnologia é agora o desenvolvimento de um chip que permite a recepção da tevê digital. "É uma televisão de verdade", diz Yannick Levy, engenheiro da empresa francesa Dibcom, responsável pela produção desses moderníssimos chips.

 

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O mundo já tem celulares que tocam música, fotografam em boa resolução e realizam funções básicas de um computador. Tem agora a febre de recepção de tevê digital. "Esperamos que até 2010 isso seja tão comum quanto são os aparelhos com câmera fotográfica", diz Levy. Na verdade, assistir numa telinha ao que se passa numa telona já é realidade no Japão, na Coréia do Norte, África do Sul e Finlândia – na Europa essa tecnologia dá os primeiros passos. Os especialistas estimam, no entanto, que no máximo em uma década se estará assistindo à tevê, através de celular, em qualquer canto do mundo. Para se entender a diferença do que já existe em relação ao que está chegando, vale ressaltar que as operadoras brasileiras oferecem ao consumidor conteúdos pagos de canais estrangeiros como a CNN. São imagens difundidas via sistema de recepção de imagens (streaming) que funciona como um download, fazendo com que uma gravação de no máximo um minuto chegue à tela do aparelho em baixa qualidade. A novidade, por sua vez, chama-se Diffusion Video Numérique Portable (DVB-H) e permite ao celular funcionar como uma digital, abrigando até 30 canais. O DVB-H transmite diretamente das antenas de tevê para os celulares, sem passar pela rede das operadoras. Na Europa o preço para se receber sinal de televisão no celular é em média de 10 euros.

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VERSÁTIL Além de novos designs, os aparelhos se transformam em centrais multimídia

 

Agora, troquemos de canal. O mesmo aparelho que permitiu assistir àquela partida de futebol ou ao último capítulo da novela pode servir para abrir a porta da sua casa. No Brasil já existe uma empresa que desenvolveu um software para ligar a fechadura digital ao teclado do aparelho telefônico. "Do escritório é possível abrir a porta. Basta digitar uma senha e enviar via satélite o comando para o microcomputador instalado na entrada de casa", diz Leonardo Senna, da empresa iHouse, que além de transformar o aparelho em chave ainda o utiliza para controlar a temperatura da banheira e a iluminação ambiente. Para os apaixonados por música e fotos, já existem aparelhos como o Motorola Rockr Z6, o Samsung F300 Ultra Music e o Sony Ericsson W610 com capacidade de reproduzir a música preferida em alto e bom som, graças a novas plataformas de áudio. Para substituir as máquinas fotográficas convencionais, os especialistas agregaram ao aparelho lentes profissionais e potentes flashs. Saindo do lazer e mergulhando no mundo corporativo, os executivos estão deslumbrados com seus smartphones – celulares que funcionam como computadores. Nessa área, o novo objeto de desejo chama-se Blackberry Curve – pesa apenas 110 gramas – permite acesso à internet em alta velocidade, sincroniza calendários e visualiza documentos. Por fim, os novos aparelhos, é claro, ainda fazem ligações telefônicas.