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PASSADO
Aula sobre dom Pedro I por meio da comida
brasileira: aprendizado em ambiente descontraído 

As aulas são dadas na cozinha. O material escolar são as panelas, as especiarias e a cultura do país. Essa é a mais nova forma de aprender idiomas, história, cultura e até coordenação motora: cozinhando ou degustando uma refeição típica da região onde a comida se originou. Restaurantes e escolas de culinária se unem para temperar jantares com palestras e workshops que associam cada iguaria a uma cultura estrangeira ou curiosidade histórica. Os professores acreditam que sair da sala de aula contribui para descontrair e fixar as informações, além de acrescentar uma pitada de diversão. “A memória gustativa fica gravada porque o aprendizado se torna mais lúdico e participativo”, defende a peruana Mónica Esther Baca Coaquira, professora de espanhol e chef de cozinha. A ideia é que cozinhar ou saborear a comida estrangeira cercado de aromas, música e da língua funciona como uma imersão.

Famosa pela boa mesa, a França se revela nas histórias e nos ingredientes apresentados por um chef na Aliança Francesa de Brasília. As turmas treinam fonética e gramática, além de receitas. Diretor do curso, Jean Bourdin acredita que o prazer da degustação difunde tanto o idioma quanto a cultura. “A gastronomia muda a relação do aluno com a língua”, defende. Na capital federal e no Rio de Janeiro, parcerias entre restaurantes e o Instituto Cervantes permitem descobrir peculiaridades da cultura e da cozinha das regiões da Espanha. O Entretapas, na zona sul do Rio, começa, em novembro, com a culinária da Andaluzia, no sul da Espanha.

A historiadora Ana Roldão, autora do livro “Banquetes Reais”, oferece palestra sobre dom Pedro I (1798-1834), suas esposas e amantes acompanhada de pratos do século XIX e vinhos ao gosto da época. “Vou contar fatos engraçados e curiosos. Não é uma aula acadêmica”, explica. As próximas edições serão no bistrô Grand Cru – único onde as aulas não serão na cozinha – e na Mise en Place Escola de Gastronomia, ambos na Barra da Tijuca, zona oeste carioca. É comendo que se aprende.

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