Carnaval 2003 vai mostrar na Marquês de Sapucaí que o maior espetáculo da terra é também um negócio rentável. A Liga das Escolas de Samba, a Liesa, transformou a festa em marca e está lançando este ano o primeiro produto com a grife Carnaval Rio: a cachaça Véritas, já considerada a bebida oficial da folia. “Estamos buscando alternativas para aumentar a receita das escolas”, anuncia o vice-presidente da Liesa, Jorge Castanheira, preferindo não fazer cálculos sobre a quantidade de cifrões que vão entrar, este ano, no caixa das escolas de samba. A expectativa é vender 10 mil caixas de cachaça no período do Carnaval. O porcentual de royalties repassados para as escolas de samba está trancado a sete chaves. A embalagem, em caixa dupla, tem as versões Silver e Gold e custa R$ 50. “Estamos prestes a fechar o primeiro contrato de exportação da cachaça oficial do Carnaval”, diz o diretor da Pro Intertainement, Hernan Garcia, revelando a abertura de negociações com revendedores nos Estados Unidos, Alemanha, África e Reino Unido.

No Brasil, o produto estará sendo vendido, além dos arredores do sambódromo, em hotéis, pontos turísticos e na redes de lojas Duty-free dos aeroportos internacionais. Como a parceria com a Pro Intertainement foi fechada apenas em outubro último, o licenciamento da marca Carnaval Rio irá se restringir, por enquanto, à cachaça. Garcia já está em campo negociando com outros fabricantes para licenciar a marca, de chaveiro a boné, de cartão de crédito a telefone.

A parceira da Liesa com a Pro Intertainement alavanca ainda mais
o mercado de licenciamento, que já conta com 700 empresas no Brasil
e movimenta anualmente algo em torno de R$ 2,5 bilhões. “Não
vendemos qualquer cachaça, mas sim um destilado superior de cana”,
diz a diretora-superintendente da Agrivave, Renata Crespo. Fundada
em 1987, a destilaria da família Crespo, no norte fluminense, investiu
R$ 150 mil no desenvolvimento da embalagem, equipe de vendas e marketing da cachaça. O retorno, segundo as expectativas, virá neste ano mesmo: as vendas da cachaça devem representar 17% do faturamento previsto de R$ 3 milhões.

O setor hoteleiro está esperando 400.000 turistas para o Carnaval carioca, 10% a mais que no ano passado.