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Um dos primeiros grupos que se orientaram pela ideia de coletivo artístico foi criado em 1974 pelo francês Hervé Fischer. Denominado Coletivo de Arte Sociológica, o grupo fundamentava suas ações em torno de manifestos que defendiam uma “arte sociológica”: uma prática que pensasse e refletisse a arte sempre a partir de seu referencial social. No mesmo ano da fundação do coletivo, Fischer enviou um postal ao Museu de Arte Contemporânea da USP que continha uma imagem de uma placa de trânsito com a frase “Arte: o que você tem a declarar?” (foto). Um ano depois, o artista veio ao Brasil a convite do museu e realizou uma intervenção ousada na Praça da República, em São Paulo. Em “Farmácia”, como foi denominada a ação, Fischer escutava as histórias dos transeuntes e distribuía “pílulas” de acordo com o diagnóstico. Entre os medicamentos, havia um comprimido que permitia o voto e a democracia, ato arriscado em pleno regime militar. Na mostra “Hervé Fischer – Arte Sociológica e Conexões”, também em cartaz no MAC, é possível ver os diversos manifestos produzidos pelo Coletivo de Arte Sociológica e os registros de suas ações, além de fotografias e obras doadas pelo artista ao museu. Vale ressaltar que durante as décadas de 1960 e 1970 a instituição foi uma das poucas na América Latina a funcionar como um território neutro para a existência de uma arte politicamente engajada. 


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