No início da década de 90, médicos e outros profissionais de saúde começaram a dar mais importância às terapias para promover o bem-estar. Nessa época, no entanto, técnicas como ioga e massagens estavam praticamente confinadas em consultórios, pequenas academias ou até mesmo em clínicas de estética. Agora, elas ganham cada vez mais espaço próprio. Multiplicam-se pelo País as clínicas de bem-estar, locais nos quais o cliente pode desfrutar de várias opções de relaxamento e sair de alma lavada. São verdadeiros refúgios para quem convive com o stress e o cansaço.
E para proporcionar equilíbrio, essas clínicas estão sofisticando suas opções de tratamento. Nelas, é possível encontrar vários tipos de banhos, massagens e outros mimos. Até os próprios espaços físicos merecem atenção para que tudo exale boas sensações. Em geral, as paredes são pintadas com cores que acalmam – azul, por exemplo – ou energizantes, como o roxo. Os ambientes também são aromatizados com óleos essenciais, produtos extraídos de plantas que possuem efeitos terapêuticos diversos, como o de relaxar – para esse caso, um dos mais usados é o de lavanda.

Nas clínicas, a preocupação com os detalhes que garantem mais tranquilidade é visível. Na Freshy Lounge, inaugurada recentemente em São Paulo, há uma mistura equilibrada de cores. O local oferece várias técnicas, como banhos de ofurô e massagem para o rosto e os pés. Além disso, no Freshy Lounge existem terapias destinadas especialmente às pessoas que trabalham muito. Um exemplo é o pacote jet lag, indicado para quem acabou de chegar de uma viagem longa. Ele é composto por massagens contra o inchaço e compressas de camomila para aliviar as olheiras da noite maldormida no avião. Opção semelhante pode ser encontrada no espaço Magma, de São Paulo.

Também em São Paulo, outro espaço que chama a atenção é o Instituto Levitas, criado há um ano e localizado estrategicamente em frente ao Parque do Ibirapuera, o maior da cidade. O projeto arquitetônico foi todo pensado para que o cliente se sinta bem. Os espaços são amplos e há muitas janelas de vidro para que se possa admirar a paisagem do parque. Lá dentro, a atmosfera é serena. Entre as técnicas oferecidas, estão meditação e ioga. A nutricionista Cinthia Perine, 26 anos, é uma das alunas do curso de ioga. “Saio daqui e vou trabalhar bem mais calma”, diz. Para a professora da técnica, Alfimar Rossi, o sucesso do método contra o stress é inegável. “Esse resultado é atingido porque a ioga ensina a respirar melhor e a tomar consciência dos limites do
corpo”, explica.

Outro aspecto interessante nessa tendência de sofisticação das terapias de bem-estar é que as alternativas de tratamento estão cada vez mais diferentes. No Club do Hotel Renaissance, em São Paulo, há, por exemplo, a terapia das pedras quentes. Neste método, que também é oferecido no Kur Hotel, de Gramado, no Rio Grande do Sul, são colocadas pedras quentes em determinados pontos do corpo do cliente. De acordo com Monica Cipolla, gerente do Club do Hotel Renaissance, o calor relaxa a musculatura e ameniza as tensões. No Kur, esta terapia é uma das preferidas dos clientes. Divide a lista das mais queridas com a massagem havaiana, oferecida desde janeiro na clínica gaúcha. Ela é aplicada de maneira singular. Na sala, a música, obviamente, é havaiana, e a terapeuta Ione Kontarski executa os toques de acordo com o ritmo, como se dançasse sobre o cliente. “É uma massagem energizante”, explica Ione. No final da sessão, que dura cerca de uma hora, a pessoa recebe flores e frutas.

No Kantui, outro novo espaço do bem-estar paulistano, as alternativas de tratamento também vão além das massagens tradicionais. Só para se ter uma idéia, há pelo menos 11 opções de banhos. Entre os mais pedidos, estão o banho do Olimpo – na água, misturam-se óleo essencial de sândalo e rosas – e o de tangerina. O primeiro promete proporcionar e levantar a auto-estima, entre outros benefícios. O de tangerina dá energia e ajuda contra tristeza e mau humor. A procura pelos banhos foi tamanha que o idealizador do lugar, Marcos Motta, criou uma minibanheira de ofurô que pode ser colocada até em apartamento. “Meus clientes me diziam que queriam uma igual às da clínica”, conta. Geralmente, as peças têm um metro de comprimento por 65 cm de largura e 75 cm de altura. São feitas para relaxar mesmo quando falta espaço.