A Seleção Brasileira de futebol pode estar economizando gols dentro dos gramados, mas fora dele existe uma seleção que não pára de marcar. Liderada pelos atletas Raí e Leonardo, a Fundação Gol de Letra, criada há três anos com o objetivo de desenvolver programas educacionais e culturais para crianças e adolescentes com idades entre sete e 14 anos, ganha mais um aliado de peso. A rede de hipermercados Wal-Mart lançou este mês a campanha “Invista na seleção do futuro”. Durante três meses o grupo irá incentivar seus funcionários e clientes a comprar certificados de doações que variam de R$ 0,50 a R$ 2 e toda renda será revertida para a entidade. Panfletos e tablóides com informações sobre os projetos da fundação estão sendo distribuídos nas 22 lojas espalhadas por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. “Muito mais que contribuir financeiramente, o Wal-Mart pretende disseminar entre os seus clientes a cultura do envolvimento comunitário”, afirma Aprigio Rello Jr., diretor de Assuntos Corporativos do grupo.

Para Mônica Kondziolková, coordenadora da área de comunicação da fundação, a iniciativa do grupo Wal-Mart vai ao encontro das expectativas da entidade, que já desenvolve parcerias nas comunidades nas quais atua. “Investir na formação desses meninos é garantir-lhes o direito à educação, à cultura e à assistência social, tornando-os capazes de transformar suas realidades”, diz Mônica. A Gol de Letra atende a cerca de 600 crianças e adolescentes nas unidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Programas como o Virando o jogo – que amplia o universo cultural dos estudantes por meio de atividades esportivas, artísticas e literárias e reforça a instrução formal com aulas de informática – já começam a dar frutos. Estreou no dia 5, em São Paulo, o primeiro produto cultural do grupo de teatro formado por jovens assistidos pela entidade: a peça Tanta coisa, que fala da busca da identidade e da compreensão do mundo.

No ano passado, a entidade foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como modelo mundial no apoio a crianças carentes, mas um dos seus maiores incentivadores não se dá por satisfeito.“Isso indica que estamos no caminho certo, mas ainda temos muito o que fazer”, acredita Raí.