Alguns temas abordados na ISTOÉ desta semana comprovam a recorrente tese de que na competição entre ficção e realidade a vitória, acachapante, fica com a dura e eventualmente hilariante realidade. Tome-se como exemplo o assunto Venezuela, tratado com maestria por nosso editor de Internacional, Cláudio Camargo. Na reportagem, ele nos conta a história do golpe e do contragolpe, cujos personagens, eventos e reações dificilmente seriam criados pela fértil imaginação do mais talentoso dos ficcionistas.

Ricardo Miranda, da sucursal de ISTOÉ em Brasília, tenta explicar como o time do ex-senador Luiz Estevão classificou-se para as semifinais da Copa do Brasil de futebol. O Brasiliense, para alcançar tal proeza, derrotou por 1 x 0 o Fluminense em pleno Maracanã, com a ajuda de um antológico frango do goleiro, que dificilmente seria idealizado pelos ficcionistas do Casseta&Planeta.

Na seção A Semana, editada com eficiente dosagem de humor e seriedade por Antonio Carlos Prado, encontramos o relato sobre o pesadelo pelo qual passou o sr. Daniel Basso, 42 anos. Ele foi uma das muitas vítimas das famigeradas portas giratórias de agências bancárias, que, como teias de aranha, aprisionam suas vítimas quando acionadas por detector de metais ou pela desconfiança de funcionários da segurança. O sr. Basso, para provar que nada mais era que um indefeso correntista, despojou-se em vão de todos os seus pertences, incluída aí sua prótese dentária, e ficou de cuecas, quase pelado.

Gente sem roupa também é assunto. Ivan Claudio, da editoria de Artes & Espetáculos, entrevistou o fotógrafo americano Spencer Tunick, que vem correndo o mundo retratando multidões de homens e mulheres nus. Tunick, no próximo sábado 27, pretende juntar brasileiros e brasileiras no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, para rechear seu portfólio de pelados. Ele vem de Buenos Aires, onde seu trabalho em frente ao Obelisco foi confundido com mais uma das exigência da missão do FMI, que por lá estava.

Boa leitura e bom divertimento também.