Em sua sexta mostra sobre um tema inesgotável, o curador Emanoel Araujo criou mais um amplo painel da contribuição da cultura negra na formação da identidade brasileira. São cerca de 500 peças que abordam a arte lúdica de Mestre Didi, a pintura naïf de Heitor dos Prazeres, os retratos étnicos de Madalena Schwartz ou o abstracionismo geométrico de Rubem Valentim. Há também jóias e objetos variados. A exposição, que se apóia em textos de procedências diversas, parte do estigma da escravidão e promove um resgate da memória negra ao lançar novas luzes sobre o percurso histórico-cultural em questão e ao destacar as formas de dominação e sua contrapartida de resistência. Sem esquecer as marcas do passado, escancaram-se, assim, os olhos para um legado de porte. (Ivan Claudio)