Jogando a toalha
A Confederação Nacional da Indústria programou para o próximo dia 9 uma série de seminários em torno dos presidenciáveis. Ou melhor, em torno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Serra (PSDB), Ciro Gomes (PPS) e Garotinho (PSB). Um grande evento, reunindo a nata do empresariado brasileiro. Mas a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que se diz interessada em concorrer à Presidência pelo PFL, ficou de fora. E não foi por falta de convite. É que, na verdade, nem Roseana nem o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, acham que a candidatura sobreviverá até o dia 9. Resolveram, então, recusar o convite. Bornhausen ainda tentou disfarçar. Argumentou com o presidente da CNI, Fernando Bezerra: “É crime eleitoral participar de debates antes das convenções de junho.” Mas Bezerra respondeu que não se tratava de um debate, e sim de uma série de seminários no mesmo dia. Bornhausen enrolou, enrolou, enrolou, até que Bezerra entendeu o recado: nem ele, nem Roseana queriam marcar nada.

Linguagem que governo entende
Acabaram surtindo o efeito desejado as denúncias que o diretor petista da Previ, Henrique Pizolato, levou ao Ministério Público, com respingos sobre Ricardo Sérgio e a privatização das teles. O governo suspendeu o processo de intervenção no Fundo de Pensão do Banco do Brasil. O Palácio do Planalto queria afastar os diretores petistas (eleitos). Mas, diante da movimentação de Pizolato, concluiu que é melhor não cutucar onça com vara curta.

O louco, seus seguidores e a empregada filosófica
Nas vésperas de o senador Ney Suassuna deixar o comando do Ministério da Integração Nacional, ele convidou sua turma no PMDB para um almoço em casa. Lá apareceram o líder no Senado, Renan Calheiros (AL), o líder na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), e o senador Sérgio Machado (CE). Foram atendidos pela empregada Maria, que já trabalhou com FHC: “O ministro convidou vocês para almoçar? Ele é louco, não me avisou. Aliás, loucos são vocês que dão apoio a ele.” Cinco minutos depois, Suassuna chegou. Com duas sacolas de quentinhas.

Eu sou neguinho!
Durante 40 minutos, na quinta-feira 11, o presidente FHC recebeu, no Palácio do Planalto, a nova governadora do Rio, Benedita da Silva. Pragmática, a petista Bené foi ao encontro do tucano em busca de dinheiro para o metrô e para o combate à dengue. A quem estranhou a intimidade, a governadora disse que sempre agiu como Che Guevara: “Hay que endurecerse. Pero sin perder la ternura, jamás.” A foto ao lado não deixa dúvidas.

Nada acertado
Na quinta-feira 11, FHC manteve o primeiro de uma série de encontros com a cúpula do PMDB visando fechar a chapa de apoio a José Serra. Os peemedebistas, é claro, agiram como se estivesse tudo acertado, mas, na prática, não fecharam nada. A ordem no partido é enrolar até saber de duas coisas. Primeiro, se a Justiça continuará insistindo na verticalização das coligações. Depois, se a candidatura Serra decolará.

Rápidas

Tasso Jereissati viajou para a Europa ainda dizendo cobras e lagartos de José Serra. Atribui a ele a candidatura do peemedebista Sérgio Machado a governador do Ceará.

O PMDB não indicou substituto para Ney Suassuna no Ministério da Integração a pedido do próprio. É que ele pensa em voltar, se não for candidato a governador.

A Executiva Nacional do PPS já se reuniu para discutir o affair de Ciro com o PFL. Deu carta branca ao presidente do partido, Roberto Freire, para detonar a aliança.

Assim como Ciro pediu a Mangabeira Unger o tal artigo a favor da aliança, Freire encomendou ao jornalista Luiz Carlos Azedo a resposta publicada no Globo do dia 4.