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Durante seu discurso oficial na Rio+20, a presidente Dilma Rousseff afirmou que, embora algumas medidas de proteção ambiental sejam difíceis do ponto de vista político, é preciso "ambição" neste encontro. "A tarefa da Rio+20 é desencadear um movimento de ideias e processos para enfrentarmos dias difíceis que vivem ampla parte da humanidade. O custo da inação será maior que o das medidas necessárias, por mais que sejam politicamente trabalhosas."

Segundo ela, o Brasil avança na questão ambiental com "soluções e identidade própria". Além disso, na avaliação dela, existe união entre países da América Latina e América do Sul que representa uma união "física, social, cultural e de preservação ambiental". Segundo Dilma, o documento assinado pelas nações é resultado de grande esforço de conciliação e representa a decisão de não retroceder nos compromissos assumidos em 1992 e, ao mesmo tempo, construir avanços importantes.

Como destaque, Dilma mencionou a introdução da erradicação da pobreza no mundo como desafio maior das nações, a inclusão do tema da desigualdade racial e da não discriminação, além de objetivos de desenvolvimento sustentável e maior participação da sociedade civil nos âmbitos decisórios sobre o meio ambiente.

Ela citou ainda a criação de um fórum de alto nível nas Nações Unidas para acompanhar a implementação desses objetivos de desenvolvimento sustentável, além de um programa de dez anos para promoção de padrões sustentáveis. "Fortalecemos o programa das Nações Unidas para o meio ambiente, que sai da Rio+20 dotado de melhores condições para exercer sua ambição."

Crise financeira

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A economia mundial enfrenta a mais grave crise desde a 2ª Guerra Mundial e importantes nações então em ritmo mais lento, quando não estão em recessão. A advertência fez parte do discurso da presidente Dilma Rousseff na abertura oficial da Rio+20 nesta quarta-feira. A presidente cobrou políticas de ajuste que atinjam "as partes mais frágeis da sociedade" e criticou os modelos de desenvolvimento. "São modelos de desenvolvimento que esgotaram a capacidade de responder aos desafios contemporâneos."

Dilma cobrou ainda "políticas indutoras de crescimento e emprego" como "a única via segura para o crescimento da economia" e disse estar consciente de que "a recuperação, para ser estável, tem de ser global". Ainda segundo ela, "é forte a tentação de tornar absolutos os interesses nacionais na resolução de crises."

Modelo sustentável

Na avaliação de Dilma, o Brasil tem avançado com o modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão e justiça social. Ela destacou que, nos últimos anos, 40 milhões de pessoas pobres ascenderam à classe média e 18 milhões de empregos formais foram criados, com expansão da renda dos trabalhadores.

"Temos mantido matriz energética limpa e nossas fontes renováveis representam 45% da energia que consumimos", disse, acrescentando que, desde 2003, 75% das áreas de preservação criadas no mundo estão no Brasil. De acordo com a presidente, mais de 80% da cobertura da floresta amazônica está preservada.

Dilma ressaltou ainda que o Brasil é uma potência agrícola que tem ampliado em mais de 180% a área plantada com tecnologias e insumos eficientes. "Sabemos que o desenvolvimento sustentável é a melhor resposta e que isso implica crescimento da economia para distribuir riqueza, criação de empregos formais, ampliação de renda e redistribuição de renda para pôr fim à miséria."

Na visão de Dilma, é necessário tornar cidades cada vez mais sustentáveis, seguir reduzindo o desmatamento e usando a biodiversidades com segurança, além de proteger rios e florestas.


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