19/06/2012 - 17:21
O fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, pediu asilo político ao Equador diante da possibilidade de ser extraditado do Reino Unido à Suécia, onde enfrenta acusações de crimes sexuais. O ministro das Relações Exteriores equatoriano, Ricardo Patino, disse nesta terça-feira a repórteres que o "Equador está estudando o pedido". Assange aguarda a decisão na embaixada equatoriana em Londres.
Assange, 40 anos, enviou o pedido à chancelaria do Equador argumentando que faz isso diante de uma "lamentável declaração efetiva de abandono recebida das autoridades de meu país, a Austrália, na qual afirmam que não defenderão nenhuma de minhas garantias mínimas diante de qualquer governo e delegam isso à Constituição de um país estrangeiro que aplica a pena de morte pelo delito de espionagem e traição, e diante das garantias que esta oferece a seus aliados, ignorando o dever de proteger seu cidadão, que é perseguido politicamente".
"Essas declarações tornam impossível meu retorno ao meu país de origem e me colocam em um estado de desamparo ao ser solicitado para um interrogatório pelo rei da Suécia, local onde seus mais altos funcionários me atacaram abertamente, e investigado por delitos políticos nos Estados Unidos, um país onde a pena de morte por estes delitos ainda é vigente", disse Assange. O fundador do WikiLeaks pode ser extraditado do Reino Unido, onde vive atualmente, depois que seu último recurso legal foi recusado pela Justiça britânica
Suprema Corte rejeita último recurso de Assange
A Suprema Corte britânica rejeitou na última quinta-feira o recurso apresentado pelo fundador do WikiLeaks para que reexaminasse o recurso contra sua extradição à Suécia. Os juízes, no entanto, informaram que ele não poderia ser extraditado em menos de duas semanas.
Os advogados de Assange pediram esta revisão, sua última tentativa na justiça britânica, por uma "questão de procedimento". Segundo afirmou na época outra advogada de Assange, Gareth Peirce, a referência no veredicto à Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados Internacionais constituía uma "violação de seu direito a um julgamento justo". Após ter esse pedido negado, Assange ainda tem uma última possibilidade de apelar à Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) de Estrasburgo (França), que terá outros 14 dias para se pronunciar sobre sua admissibilidade.