Ministro de sucesso
O PMDB pode estar colocando um problemão nas mãos do presidente Fernando Henrique com a nomeação do novo ministro dos Transportes,
o deputado João Henrique (PI). O homem já é um velho conhecido da pasta. Membro da cúpula nacional do PMDB e amigo pessoal do ex-ministro Eliseu Padilha, ele comandava pessoalmente todas as indicações para o escritório do Departamento Nacional de Estradas e Rodagem (DNER) no seu Estado. Foi o deputado que mais batalhou pela liberação de verbas, por exemplo, para a construção da BR 704, uma obra que depois se constatou superfaturada e cheia de irregularidades. Executada, aliás, por aquela construtora chamada Sucesso, em cujo envelope timbrado foram encontradas algumas das notas do R$ 1,3 milhão apreendido pela Polícia Federal no escritório da Lunus, a empresa da governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Ou seja, muita encrenca para um carguinho só.

Encontro secreto
Ciro Gomes pegou um jatinho em Fortaleza, na quinta-feira 4, e partiu para São Luís, no Maranhão. Encontrou-se com a candidata do PFL, Roseana Sarney. Tudo escondido do presidente do PPS, Roberto
Freire, que já ameaça expulsá-lo do partido se insistir em aliança
com os pefelistas.

Lobby perigoso
O secretário da Receita, Everardo Maciel, identificou um poderoso lobby no Congresso para que as empresas estrangeiras deixem de pagar impostos no Brasil, optando pelo pagamento nos países-sede. O lobby é estimulado, sobretudo, por indústrias alemãs de produtos farmacêuticos. Conquistou um projeto que extingue essa tributação no Brasil. E parece que já conta com a simpatia do relator, o deputado Werner Wanderer (PFL-PR).

Apelidando o inimigo
Inimiga do líder do PMDB, Geddel Vieira Lima, a deputada Rita Camata (PMDB-ES) ficou eufórica com as especulações de que poderia ser vice na chapa do tucano José Serra. Correndo, telefonou para Geddel com
o objetivo de informar que seu nome estava à disposição. Quando
o velho inimigo atendeu, a bela deputada atacou com seu charme:
“Gel, que saudade!”

Contabilidade das perdas
O deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) está contando quanto o governo já perdeu no Congresso por conta da guerra pré-eleitoral. São R$ 2,4 bilhões com o atraso mínimo de seis semanas na votação da CPMF;
R$ 200 mil na retirada da Contribuição Sobre Lucro Líquido da medida provisória do Imposto de Renda; e R$ 700 milhões para endividados
na MP do setor rural. Total: R$ 3,3 bilhões a menos no Orçamento
de 2002. Isso, mais a crise internacional de petróleo, e logo os agentes econômicos estarão de orelha em pé. “A crise política está invadindo
a economia. FHC ainda não se deu conta do tamanho da confusão”,
diz o deputado.

Ministro inadimplente
O novo ministro do Planejamento, Guilherme Dias, terá como uma de suas principais funções zelar pelo bom cumprimento da lei de responsabilidade fiscal. Pois bem, ele consta da lista de inadimplentes de seu Ministério. É isso mesmo. Deixou de prestar conta de convênio com o governo quando secretário da área econômica da Prefeitura de Vitória, entre 1993 e 1999.

Rápidas

Um dos novos ministros de FHC já tem até empresa de factoring em Brasília. Está no nome dos filhos. Factoring não é ilegal. Mas provoca uma desconfiança danada.

Waldeck Ornellas não aceitou ser o vice da chapa de Paulo Souto ao governo da Bahia. Queria ser o candidato a governador. Sentindo-se traído, desistiu da vida pública.

Boa parte do R$ 1,3 milhão encontrado na empresa de Roseana Sarney iria pagar uma produtora de vídeo em São Paulo. Que agora anda desesperada atrás da grana.