03/04/2002 - 10:00
Legislativo X Judiciário
Irritados com o Tribunal Superior Eleitoral, que determinou a verticalização das coligações partidárias, os deputados podem se preparar que ainda terão mais encrenca com o Judiciário. A primeira
delas será com o julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade, em tramitação no Supremo Tribunal Federal,
a respeito de candidaturas natas. Hoje, os deputados são candidatos natos à reeleição, sem precisar submeter seus nomes às convenções dos partidos. A tendência dos ministros do STF é acabar com isso. Os deputados terão que ter sua candidatura aprovada em convenção. Se isto não ocorrer, não podem mudar de partido. Ficarão temporariamente fora da vida pública. O outro problema com o Judiciário será em torno da
nova lei da imunidade parlamentar aprovada pelo Congresso. Com a imunidade tendo sido restringida, o STF está reabrindo 25 dos
processos criminais contra deputados. Ou seja, esses parlamentares correm o risco de ficar inelegíveis.
Cabo Anselmo no MST
O deputado José Genoíno (PT-SP) anda tiririca com a Abin, do general Alberto Cardoso, e com o Movimento dos Sem-Terra (MST). Acha que a invasão da fazenda de Fernando Henrique Cardoso pode ter sido engendrada apenas para prejudicar o PT. “Tem alguém aí fazendo jogo duplo. Parece coisa de cabo Alnselmo”, reclamou, referindo-se ao conhecido agente da repressão que se infiltrou nos movimentos de esquerda durante a ditadura.
Depois do discurso de José Sarney…
O candidato tucano José Serra vai se licenciar do Senado para se dedicar integralmente à campanha presidencial. Se der certo o lobby que Serra faz para nomear o primeiro suplente, Pedro Piva, para o Ministério das Comunicações, ficaria com a vaga no Senado por dez meses o jurista Miguel Reale, segundo suplente. Vantagem da licença para Serra: evitará estar no plenário do Senado a cada desaforo dos oposicionistas na tribuna.
Em benefício próprio
O presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, Sérgio Zambiasi (PTB), candidato ao Senado, decretou meio turno de trabalho na casa que preside. Ele só abre as sessões do Legislativo a partir das 13h, alegando economia de energia por causa do racionamento. Detalhe: o Estado nunca entrou no programa de racionamento. Talvez a explicação seja o programa diário do próprio Zambiasi na rádio Farroupilha, que acaba, pontualmente, ao meio dia.
São Paulo: a chapa
Só falta combinar com os adversários. De qualquer maneira, uma reunião entre o candidato do PSDB a presidente, José Serra, o ex-governador Orestes Quércia e o presidente do PMDB, Michel Temer, no final de semana, praticamente selou a aliança entre o PMDB e o PSDB em São Paulo. O governador tucano Geraldo Alckmin seria candidato à reeleição e teria como vice o deputado Temer. Quércia disputaria uma vaga do Senado ao lado do presidente do PSDB, deputado José Anibal.
Mas os meus cabelos…
O deputado Pedro Valladares (PSB-SE), que presidia a sessão de terça-feira 26, anunciou: “Com a palavra a deputada Rosinha.” Tratava-se de Doutor Rosinha (PT-PR), que apesar dos longos cabelos é homem. Ele reclamou na hora. Resposta do presidente da sessão: “Mas com esse nome qualquer um pode se enganar.”
Rápidas
• A cúpula do PMDB não aceita entregar a vaga de vice na chapa com o PSDB para o governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos. Mas FHC acha que eles vão ter que engolir.
• O deputado José Genoíno, petista que mais entende dos bastidores dos milicos, informa: o general Alberto Cardoso, da Abin, está em campanha para o comando do Exército.
• O presidente da Assembléia Legislativa do Ceará, o deputado Wellington Landim (PSDB), inovou: abriu os microfones para o discurso de uma hora de um deputado suplente.
