Uma suspeita agitou autoridades médicas na semana passada. A organização não-governamental americana Public Citizen enviou ao Food and Drug Administration (FDA), que controla medicamentos nos Estados Unidos, um pedido de suspensão da venda do Reductil, remédio contra a obesidade. O principal argumento da entidade é a proibição da venda do medicamento na Itália por causa da morte recente de duas pessoas que tomavam o remédio. Embora não se saiba se elas foram causadas pela medicação, as autoridades italianas tiraram o Reductil do mercado até o fim das investigações. No mundo, há registro de outras 32 mortes que poderiam estar ligadas à droga.

O FDA apura as denúncias enviadas pela ong. Porém, o órgão garante que, por enquanto, não há motivos para proibir o produto. De acordo com o laboratório Abbott, fabricante da droga, o Reductil é seguro. “Ele é usado no Brasil desde 1997 e até agora não tivemos problema”, afirma Martha Penna, diretora-médica da Abbott no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária está em alerta, mas assegura que não há motivos para suspender o medicamento no País. O endocrinologista Walmir Coutinho, do Rio de Janeiro, um dos principais estudiosos da obesidade no Brasil, também não se alarma. “A suspeita não abalou minha confiança no remédio. Até que se prove o contrário, continuarei a receitá-lo”, afirma.