A crise na Argentina começa a mobilizar brasileiros e argentinos radicados no Brasil. Preocupados em encontrar saídas políticas para ajudar o país vizinho, foi criado na sexta-feira 18 o Portuñhol – Grupo de Solidariedade Brasil-Argentina que, nas palavras da empresária portenha Ana Maria Massochi, uma das idealizadoras do grupo, nasce como um espaço para centralizar idéias e sugestões que formem uma rede solidária entre os dois países. Através dele, diz ela, será possível organizar ações de apoio econômico às populações carentes na Argentina e pressionar os organismos financeiros internacionais, leia-se FMI.

“Necessitamos de ajuda. Nossa situação é muito grave”, lamentou
Alberto Ferrari Etcheberri, diretor do Instituto de Estudos Brasileiros
da Universidade Nacional de San Martin, durante a mesa-redonda que lançou oficialmente o Potuñhol, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Além de Etcheberri, estiveram na mesa o deputado Aloizio Mercadante, do PT, que aprovou na Câmara dos Deputados uma moção de apoio aos argentinos, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o ex-deputado Fernando Gasparian e o jornalista Clóvis Rossi. Todos foram unânimes em reconhecer que a situação da Argentina é muito grave e só com uma ação regional que envolva todos os países do Mercosul será possível superá-la.

Entre as alternativas para conscientizar os brasileiros da grave situação da Argentina, Mercadante sugeriu que se aproveite o atual momento de mobilização da campanha eleitoral para um “panelaço” brasileiro de apoio ao povo argentino. “Podemos fazer uma grande manifestação na Paulista que tenha repercussão internacional e mostre aos argentinos que estamos solidários”, disse o deputado.