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Nos EUA, clientes já pagam as contas pelo sistema NFC,
em que basta aproximar o celular do caixa

De uns anos para cá, os japoneses e os coreanos deram início ao processo de aposentadoria dos cartões de crédito e se acostumaram a pagar todo tipo de conta com o celular, das mais caras às mais banais. Segundo estudo da consultoria americana Pew, o resto do mundo segue os asiáticos e, em 2020, o pagamento feito com smartphones e tablets será mais comum do que aquele feito com cartão ou dinheiro. O Brasil não vai ficar de fora e já dá seus primeiros passos no setor.

“O consumidor brasileiro está pronto para utilizar as tecnologias de pagamentos móveis, pois já utiliza o celular para finalidades além da comunicação por voz”, diz Eduardo Aspesi, diretor de segmentos da Oi. Uma pesquisa da operadora mostrou que pelo menos 15 milhões de seus 78 milhões de clientes não possuem conta bancária. Destes, 73% estariam dispostos a usar todas as funcionalidades de “mobile wallet” (carteira móvel) e 34% usariam pelo menos parte desses serviços. “É uma grande revolução. Nós apostamos muito nisso”, diz Christian Gebara, diretor-executivo de estratégia, marca e novos negócios da Vivo. A operadora prepara-se para lançar no mês que vem um serviço de transferência de valores pelo celular de pessoa para pessoa em parceria com a empresa de pagamentos online PayPal.

Atualmente, os pagamentos por celular no Brasil são feitos basicamente de duas maneiras por SMS (leia quadro) ou USSD, uma tecnologia que guarda semelhanças com os torpedos, mas é mais veloz e segura, já que dados como senha não ficam armazenados no aparelho. Para atender os 40% de brasileiros economicamente ativos que não têm conta em banco, as operadoras estão trabalhando para lançar cartões pré-pagos para as operações de carteira móvel no celular.

O próximo passo é a chegada do NFC. Com esse sistema, basta o consumidor aproximar o celular da leitora para o valor ser faturado no cartão. É o que faz o Google Wallet, por exemplo, que está em testes em Nova York e São Francisco (Estados Unidos). “Já há aparelhos com essa tecnologia no mercado brasileiro, a decolagem depende da expansão da quantidade de consumidores com celulares aptos e de produtos e serviços que ofereçam a utilização do NFC, como transporte público e eventos culturais ou esportivos”, diz Eduardo Aspesi.

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