ÁLVARO MIGOTTO

CORAL Coletado nas águas profundas e geladas do Alasca

Vidas minúsculas que habitam a profundeza dos oceanos, e que até agora praticamente ninguém vira, tornaram- se uma forma de arte – foram fotografadas e ganharam vida, corpo e cores na grande exposição Oceano: vida escondida (Estação Ciência, em São Paulo, até o dia 11 de maio). Respondem pelo trabalho quatro biólogos do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (Cebimar) que organizaram a mostra reunindo seus acervos sobre a biodiversidade dos mares – documentos e fotografias obtidos ao longo da última década. “As imagens são resultado de nosso trabalho e para essa exposição escolhemos as que tinham maior apelo junto ao público”, diz o diretor do Cebimar, Álvaro Migotto. Ou seja: os biólogos atuaram também como curadores, observando o valor estético das imagens que possuíam, e selecionaram as mais belas e incomuns, seguindo o critério de que elas têm de corresponder a formas de vida raramente observadas.

ALBERTO LINDNER

ÁGUA-VIVA Emite luz verde e vive nos mares do Brasil

Num complexo e cuidadoso processo de coleta, muitos desses organismos marinhos foram pegos e transportados para aquários especiais com a finalidade de serem fotografados melhor e mais adequadamente. Outros tiveram as suas imagens ampliadas em 20, 30 e até 40 vezes em potentes microscópios – e só então foram fotografados. Em alguns dos equipamentos utilizados, como o microscópio eletrônico de varredura, uma fina camada de ouro é colocada sobre a amostra e, em vez de luz, ela emite elétrons. A sofisticação técnica, em apoio à produção de imagem, é o que faz dessa exposição um evento de arte. Os elétrons proporcionam uma profundidade de foco e uma riqueza de detalhes muito superiores às geradas pelos aparelhos comuns. “Nas ampliações tridimensionais, há imagens plasticamente muito interessantes em que é possível ver com detalhes a superfície do organismo vivo”, diz Migotto. O resultado é impressionante. Além das fotos e das imagens tridimensionais (que exigem óculos especiais para serem observadas), há três vídeos que exibem hábitos de vida de larvas, como a lagarta da borboleta, que se torna adulta em 40 dias. E então ganha a forma da famosa estrela-do-mar.

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ÁLVARO MIGOTTO

LULA A espécie Loligo plei, uma raridade no Sudeste do Brasil


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