FOTOS: VICENTE GRECCO/AG. ISTOÉ

Em meio à pequena floresta que cultiva em casa, o artista plástico paulista Dudi Maia Rosa mantém o seu colorido ateliê, no qual foram criadas e manufaturadas ao longo de dois anos as 22 telas (dois metros por dois metros) que compõem a exposição Eu sou um outro – pinturas recentes de Dudi Maia Rosa, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, até o dia 13 de abril. As obras foram criadas de forma pouco convencional – a técnica utilizada privilegia o avesso da tela propriamente dita. Ele utiliza moldes de fibra de vidro como suporte e esses moldes são preenchidos com resina transparente de poliéster (plástico) e tintas. É um trabalho lúdico, em que o artista mistura materiais, pigmentos e o catalisador (para secar a resina) e só depois vê o resultado. “Sempre há surpresas, boas e más”, diz Maia Rosa.

A opção do artista em trabalhar com plástico foi feita há 25 anos. “Esse material é demonizado, mas as suas infinitas possibilidades são um desafio”, diz ele, que está mais preocupado com a idéia proposta em seu trabalho do que com o material usado para transmiti-la. “O plástico é sempre sinônimo de imitação, é a cópia do original”, diz o artista. Além de ser o vilão do meio ambiente. Mas, em sua arte, Maia Rosa redime o plástico, que se transforma em cores, transparências e texturas.

 DUDI MAIA ROSA EM SUA CASA-ATELIÊ O artista diante de tela recém-finalizada, um detalhe de sua caótica mesa de tintas e o ritual para o preparo do pigmento